São Paulo – A situação econômica do Iêmen é grave, mas tem condições de melhorar nos próximos anos. Após registrar uma queda de 10,5% do Produto Interno Bruto (PIB) devido às manifestações no país em 2011, o Iêmen deverá crescer 0,1% neste ano e 4,4% em 2013. Para que essas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) se confirmem, as autoridades do país precisam aperfeiçoar a administração dos recursos financeiros. Uma missão do Fundo se reuniu com os governantes iemenitas entre os dias 05 e 09 de dezembro e divulgou um relatório com os resultados deste encontro nesta quarta-feira (12).
Segundo o levantamento, as avaliações dos dados da economia indicam que a taxa de inflação deverá encerrar 2012 sob controle e com “um dígito”. Além disso, as reservas internacionais subiram de US$ 1 bilhão para US$ 5 bilhões e o déficit fiscal deverá acabar o ano em 5,5% do PIB. Essas evoluções na economia do Iêmen já permitiram, por exemplo, que o governo reduzisse a taxa básica de juros de 20% para 18%, para permitir que mais crédito fique disponível aos investidores. Para o FMI, isso ainda é pouco.
“Os desafios econômicos do Iêmen continuarão a ser muito sérios em 2013, especialmente devido à alta pobreza e ao alto desemprego da população, principalmente entre os pobres”, afirma o relatório do Fundo. Alguns dos desafios que se apresentam ao Iêmen são os contínuos ataques de facções locais a oleodutos e linhas de transmissão de energia e o contrabando de petróleo. Além disso, a Arábia Saudita reduziu os envios de petróleo ao país.
Os técnicos do FMI avaliaram que o preço do petróleo está baixo e aconselharam as autoridades a aumentar o seu valor. Com o aumento no preço do produto, o governo pode arrecadar mais com impostos e promover melhorias no setor energético, investir em infraestrutura, crescimento da economia, redução da pobreza e geração de empregos.
O Iêmen também precisa garantir maior segurança ao sistema bancário. Segundo o FMI, este segmento precisa que as leis sejam executadas, assim como precisa de uma regulação específica para liquidação de bancos em más condições financeiras. Para que a economia volte ao caminho do crescimento, diz o FMI, o Iêmen vai continuar a depender de ajuda externa. O Fundo alerta que as autoridades do país precisam fazer uso “eficiente” dos repasses que receber.

