São Paulo – A economia do Catar está sólida, com bancos capitalizados e em crescimento mas, mesmo assim, há desafios: as autoridades locais precisam monitorar o aumento da inflação. Estas foram as conclusões a que chegaram diretores do Fundo Monetário Internacional (FMI) que divulgaram na noite de quarta-feira (16) um relatório sobre o desempenho das contas do Catar em 2012 e as previsões para 2013.
Segundo as pesquisas do FMI realizadas com as autoridades locais, os setores da economia que não estão relacionados à produção de petróleo ou de gás cresceram 9% em 2012 e deverão repetir o desempenho neste ano. Este aumento deve-se, na avaliação do fundo, à diversificação da economia do Catar para setores como construção civil, transportes, comunicação, comércio, serviços e hotelaria.
Já o desempenho do setor petrolífero será inferior e poderá variar entre uma retração de 1,1% a um crescimento de 3,5% no médio prazo. Para 2013, a previsão é de crescimento de 0,4% porque, além de diversificar a economia, o Catar reduziu a extração de gás. Os bancos do país estão capitalizados, com queda na taxa de inadimplência de 2% em junho de 2010 para 1,7% em junho de 2012.
Mesmo com uma economia estável, o Catar tem riscos à frente. Segundo o FMI, a inflação deverá crescer no país. Ela encerrou 2012 com alta de 2%, mas deverá subir mais rapidamente a partir deste ano. Segundo a avaliação do fundo, os preços deverão ser pressionados pelas obras de infraestrutura, pelo mercado imobiliário e pelo aumento da população de estrangeiros. A inflação deverá ser de 3% em 2013 e subir gradualmente até atingir 5% em 2016.
Por outro lado, deverão cair os superávits fiscal e externo devido às limitações de produção do gás e uma tendência de redução na produção e na exportação de petróleo bruto.
Mesmo com os desafios que se apresentam ao Catar, os diretores do FMI elogiaram a condução da política econômica do país e os esforços que as autoridades locais têm feito para reduzir gastos e proteger as contas do Catar de crises externas.
“Os diretores saudaram o compromisso de aumentar a poupança fiscal no médio prazo para construir barreiras contra choques externos, poupando para as futuras gerações e financiando o orçamento após 2020 a partir de receitas provenientes dos setores não ligados aos hidrocarbonetos”, afirmou o comunicado.

