São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quinta-feira (11) a liberação de US$ 384,5 milhões para a Jordânia. O montante é parte de um acordo para empréstimo total de US$ 2,06 bilhões, dos quais o país árabe já havia recebido outros US$ 384,5 milhões.
De acordo com nota divulgada pela instituição, além da liberação de mais uma parte do empréstimo, acertado em agosto de 2012, as autoridades do fundo também decidiram atender a um pedido do governo jordaniano para que o valor restante fosse disponibilizado em uma parcela de US$ 256,3 milhões e oito de US$ 128,2 milhões durante o período de 36 meses que rege o acordo.
O empréstimo para a Jordânia foi aprovado pelo FMI para apoiar o programa nacional de reformas econômicas, com o objetivo de manter a estabilidade macroeconômica e melhorar as situações externa e fiscal, ao mesmo tempo que o país deveria proteger os segmentos vulneráveis da população e promover um crescimento mais forte e mais inclusivo.
“As autoridades gerenciaram um ambiente difícil tomando as ações políticas apropriadas sob o programa econômico apoiado pelo Fundo. Seus esforços reduziram o impacto adverso da instabilidade regional política, os altos preços de importação de energia e um grande fluxo de refugiados vindos da Síria”, apontou Nemat Shafik, vice-diretora gerente e presidente em exercício do conselho executivo do FMI, na nota divulgada pelo fundo.
Shafik também elogiou a remoção de subsídios aos combustíveis, feita pela Jordânia no ano passado, com transferência de capital para compensar a renda de grupos de baixa e média renda. “Isto, junto com outras medidas de receitas e gastos abriram caminho para um maior gasto de capital no orçamento atual. Olhando à frente, continua importante avançar na administração de impostos e no gerenciamento financeiro público”, destacou a executiva.
No comunicado, a vice-diretora gerente do FMI criticou o não cumprimento de algumas metas estabelecidas para Jordânia. “O governo central e a companhia nacional de eletricidade agiram, na maior parte, de acordo com o programa, apesar do critério de desempenho quantitativo sobre o déficit do governo central quase não ter sido cumprido e a companhia elétrica não ter pago as dívidas em atraso como planejado no final de 2012. O critério de desempenho do final de 2012 sobre a rede de reservas internacionais também não foi cumprido, mas as autoridades tomaram medidas corretivas e as reservas têm se recuperado”, afirmou.
Para Shafik, a Jordânia necessita implementar uma estratégia de médio prazo para o setor elétrico, incluindo a reestruturação das tarifas de energia. “Transferências diretas do governo central para cobrir as perdas da companhia são apropriadas, já que elas melhoram a transparência e permitem o pagamento das dívidas em atraso da companhia.”
De acordo com Shafik, o banco central jordaniano lidou bem com as pressões sobre as reservas, aumentando as taxas de juros e mantendo a atratividade dos ativos em dinares. “Isto foca na construção futura de reservas de moeda estrangeira e na contenção da inflação”, disse.
“O aumento planejado do investimento público irá apoiar o crescimento. Reformas adicionais para aumentar a competitividade e reduzir o desemprego continuam sendo essenciais. As recentes medidas para melhorar o acesso financeiro para pequenas e médias empresas, fortalecer a supervisão bancária, desenvolver mercados de capital e promover o emprego entre os jovens são passos bem-vindos na direção certa”, concluiu.


