São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou que seu Conselho de Administração aprovou a liberação de um empréstimo de US$ 506,7 milhões à Tunísia. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (29), após o órgão concluir duas revisões dos resultados da economia do país previstas num acordo de junho do ano passado.
Na prática, o desembolso do crédito ocorre após a formação, este mês, de um novo governo e da aprovação de uma nova constituição pelo Parlamento tunisiano, indicativos de que o país está em busca da estabilidade política.
Os políticos passaram boa parte do segundo semestre de 2013 negociando a montagem de um governo de tecnocratas para comandar o país até as próximas eleições, na tentativa de reduzir a instabilidade que se instaurou desde a derrubada do regime de Zine El Abdine Ben Ali, em janeiro de 2011, em meio a protestos populares, início da chamada Primavera Árabe.
Nas primeiras eleições realizadas após a queda do presidente que ficou mais de 20 anos no poder, o partido Ehnnada, de orientação islâmica, foi vencedor e indicou o primeiro-ministro. Houve, no entanto, polarização e a disputa política se transformou em violência.
O assassinato no primeiro semestre de 2013 de duas lideranças de oposição levou, em primeiro lugar, à troca do premiê por outro quadro do Ehnnada e, posteriormente, às negociações para formação de um governo de consenso, com a legenda se afastando do gabinete.
A acordo com o FMI prevê a implementação de um programa de apoio a reformas econômicas com duração de dois anos. A quantia liberada agora eleva os desembolsos a US$ 658,8 milhões. O valor total do financiamento a ser liberado ao longo dos 24 meses do convênio é de US$ 1,76 bilhão, o que equivale a 400% da cota da Tunísia no Fundo.
Emirados
Nesta quinta-feira (30), o FMI divulgou também informações sobre uma missão realizada nos últimos dias para avaliar a situação da economia dos Emirados Árabes Unidos. O chefe da delegação, Harald Finger, declarou, de acordo com comunicado da instituição, que o crescimento do país deverá continuar forte, após o Produto Interno Bruto (PIB) ter avançado estimados 4,5% no ano passado, graças aos setores de turismo, hotelaria e de imóveis. A previsão para este ano é também de 4,5%.


