São Paulo – A região do Magreb, parte do Norte da África que inclui Argélia, Líbia, Mauritânia, Marrocos e Tunísia, precisa melhorar seu ambiente de negócios e investimentos para promover a inovação, o empreendedorismo e a geração de empregos. A mudança permitirá ao setor privado estar no centro do desenvolvimento econômico, incentivando o potencial produtivo da população. A análise é de Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), que concluiu na quarta-feira (09) sua primeira visita à Mauritânia.
“Estou confiante no comprometimento das autoridades dos países do Magreb em buscar vigorosamente um modelo transparente e igualitário de crescimento e desenvolvimento do setor privado, em uma situação de transformação política e social que toma conta da região”, afirmou Lagarde, em nota divulgada pela instituição. Ele se referiu à Primavera Árabe, que provocou mudanças nos regimes da Líbia e Tunísia e forçou outros países do bloco a realizarem reformas políticas.
A executiva teve encontros com o presidente da Mauritânia, Mohamed Ould Abdel Aziz, o ministro das Finanças, Thiam Diombar, o ministro dos Assuntos Econômicos e Desenvolvimento, Sidi Ould Tah, o presidente do Banco Central, Sid’Ahmed Ould Raiss, e com representantes do setor privado.
A diretora do FMI elogiou as autoridades locais pelo gerenciamento macroeconômico do país, que ajudou na recuperação da atividade econômica em 2012, no controle da inflação e no aumento da proteção fiscal. Segundo ela, apesar de a Mauritânia enfrentar altas taxas de desemprego e pobreza, o governo está promovendo reformas em seu sistema de subsídios para substituí-lo por um sistema mais voltado para as demandas sociais.
Durante a visita, Lagarde participou também da quinta conferência regional dos ministros das Finanças e dos chefes dos bancos centrais do Magreb, realizada em conjunto pelo FMI e pelo Banco Central da Mauritânia. O foco do evento foi a integração econômica e o papel do investimento estrangeiro.
“Pude medir os esforços que vêm sendo feitos para promover a integração regional. Fiquei satisfeita em poder discutir este tópico com representantes dos governos e do setor privado de todos os cinco países do Magreb”, destacou a executiva.
Lagarde ressaltou a criação do Banco do Magreb para Investimento e Comércio Exterior, que deve ser lançado em breve, com o objetivo de facilitar os investimentos privados na região.
“Receber investimento estrangeiro é uma parte importante deste modelo econômico. Para atrair mais investimento estrangeiro, os países da região deveriam acelerar seus esforços para se integrar, incluindo a abertura de regimes de investimento estrangeiro direto. A região também deveria continuar a diversificar suas fontes e setores de investimento estrangeiro”, completou.

