São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou um relatório sobre a economia do Sudão na segunda-feira (08), no qual pede apoio internacional ao país. “Será necessária uma assistência financeira significativa da comunidade internacional para incentivar a reforma e apoiar a população sudanesa durante a difícil transição para uma economia de mercado que funcione bem”, publicou o fundo.
O relatório traz as conclusões da primeira revisão do programa ao qual o organismo dá suporte no Sudão com o objetivo de estabilizar a sua economia, fortalecer a proteção social, impulsionar o setor privado e promover a governança. O Sudão tem nova liderança política desde 2019, a partir da queda do presidente Omar Al-Bashir, e vem trabalhando pela transição, abertura internacional e o crescimento econômico.
A revisão do programa foi aprovada pela diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva. “As autoridades sudanesas fizeram progressos palpáveis em seu programa de reformas apoiado pelo FMI, apesar das condições econômicas difíceis agravadas pela pandemia de covid-19 e pela situação humanitária desafiadora”, disse Georgieva, segundo o fundo. Na foto acima, o atual primeiro-ministro do Sudão, Abdalla Hamdok.
O FMI destaca a unificação da taxa de câmbio, a eliminação dos subsídios aos combustíveis, medidas fiscais referentes ao orçamento de 2021 e o aumento das tarifas de eletricidade. O organismo acredita que essas medidas reduzirão as distorções na economia e facilitarão a consolidação fiscal no país, além de ajudar em outras frentes como a redução da alta taxa de inflação e a criação de espaço fiscal para os gastos sociais.
O fundo lembra, no entanto, que a situação econômica sudanesa ainda é extremamente frágil, com baixo crescimento, alta inflação e uma posição externa fraca, o que se traduz em ameaça para a estabilidade econômica e a redução da pobreza. O FMI sugere ações ainda na taxa de câmbio alfandegária que permita aumentar receitas e competitividade, além de evitar o retorno ao cenário das múltiplas moedas e dos subsídios fiscais.