Da redação
São Paulo – No embalo do crescimento da economia mundial, previsto para 2004, o comércio mundial deverá registrar uma expansão de 5,5% em relação ao desempenho deste ano, superando inclusive o crescimento previsto para o PIB.
E, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), os países em desenvolvimento estarão na liderança desse processo, com crescimento vigoroso nas importações e exportações.
Segundo analistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em relação aos preços dos bens transacionáveis, a expectativa do Fundo é de que, após a forte recuperação que vem sendo registrada este ano, 2004 seja um ano de pouco crescimento adicional.
"A alta dos manufaturados, que deve fechar este ano próxima de 13%, recuaria para 1,7% no ano que vem. Para as commodities primárias, o crescimento seria de 5% e 2,4% respectivamente", informa a CNI.
No caso do petróleo, a alta de 14,2% projetada para este ano seria em grande parte revertida no ano que vem, quando o Fundo projeta queda de 10,5% nos preços.
E é justamente a expectativa de queda no preço do petróleo um dos fatores que contribuíram favoravelmente para o balanço dos riscos na avaliação dos cenários traçados pelo FMI para o comportamento da economia mundial no próximo ano.
Outro fator, segundo a CNI, é a possibilidade de um crescimento mais rápido da economia norte-americana, onde o aumento da produtividade tem sido uma constante e a política macroeconômica é abertamente expansionista.
"Não obstante, permanecem ameaças ao crescimento global sustentado", alertam os analistas da CNI.
De acordo com eles, a excessiva dependência da economia global do desempenho dos Estados Unidos é um "calcanhar de Aquiles" que acentua as oscilações cíclicas do crescimento.
"Como há sincronismos, o movimento de alta se acentua, mas a reversão de alta também tende a ser mais rápida e profunda. A depreciação recente do dólar ficou longe de promover o ajuste da conta corrente americana, cujo déficit, de 5% do PIB, deve cair apenas marginalmente nos próximos anos. O aumento do déficit fiscal, por outro lado, semeia a alta da taxa de juros e a conseqüente desaceleração do crescimento do país", explicam os analistas da CNI.