São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) da Arábia Saudita terá um crescimento real de 1,9% este ano, puxado por setores da economia não ligados ao petróleo. Se a previsão se confirmar, o crescimento ficará abaixo do registrado no ano passado, que foi de 2,2%. As informações constam de relatório divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Fundo.
A instituição espera um crescimento de 2,9% nos setores não ligados ao petróleo este ano, mas um avanço de apenas 0,7% na indústria petrolífera, frente às imposições de acordo firmado entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outras nações produtoras da commodity.
O FMI ressalta, porém, que o crescimento da economia pode acelerar em médio prazo como resultado das reformas estruturais em andamento no país. A expectativa para 2020 é de um avanço real do PIB de 3%.
A organização ressalta que o desemprego entre os sauditas vem caindo, mais ainda está num patamar alto, em 12,5%. A taxa total de desemprego, incluindo nativos e expatriados, é de 5,7%.
As contas públicas do país estão intimamente ligadas ao mercado petrolífero, pois a commodity é a principal fonte de receita do governo. Nesse sentido, o FMI espera um aumento do déficit público de 5,9% do PIB em 2018 para 6,5% em 2019, pois está previsto um crescimento dos gastos públicos. Em 2020, o déficit pode recuar para 5,1%, mas deve voltar a subir posteriormente, pois o mercado de futuros indica declínio dos preços do petróleo no médio prazo.
Por outro lado, o Fundo espera uma redução do superávit nas contas externas do país de 9,2% do PIB em 2018 para 6,9% este ano, reflexo da desaceleração das receitas com as exportações de petróleo e da aceleração das importações de produtos.
O FMI avalia ainda que a Arábia Saudita deve ter uma deflação de 1,1% este ano, contra uma inflação de 2,5% em 2018, principalmente por causa da redução dos preços dos aluguéis, mas a taxa tende a voltar a crescer em 2020, chegando a 2,2%, com um aumento esperado dos preços do setor de energia.
As reformas ficais do país incluem a ampliação do alcanço do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) – aplicado desde janeiro de 2018 -, o reajuste dos preços da gasolina a cada três meses e o aumento da transparência nas contas públicas. Segundo o FMI, estão sendo realizadas reformas também no mercado de capitais, em marcos regulatórios, no ambiente de negócios e no seguimento de pequenas e médias empresas.