São Paulo – A inflação mundial deve recuar em 2023 e 2024, mas em meio a um cenário de crescimento econômico baixo. Essa é a previsão que o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou no seu World Economic Outlook nesta terça-feira (31).
O fundo estima que o crescimento caia de 3,4% em 2022 para 2,9% em 2023, subindo para 3,1% em 2024. Apesar da previsão ser acima do último levantamento do FMI, ela está abaixo da média história de 3,8%. A inflação deve sair de 8,8% em 2022 para 6,6% em 2023 e 4,3% em 2024, mas ainda estará acima dos níveis anteriores à pandemia, de 3,5%.
O organismo afirma que a alta nas taxas dos juros dos bancos centrais para conter a inflação e a guerra da Rússia na Ucrânia seguem pesando sobre a atividade econômica. Segundo o FMI, a rápida disseminação da covid-19 na China prejudicou o crescimento no ano passado, mas a recente reabertura do país abriu caminho para uma recuperação mais rápida do que previsto.
Como aspectos positivos, o fundo afirma que os riscos adversos estão mais moderados desde a divulgação do último World Economic Outlook, em outubro de 2022. Segundo o organismo, um impulso forte da demanda reprimida em vários países e uma queda mais rápida da inflação são possíveis.
Por outro lado, os problemas de saúde na China podem atrasar a recuperação e a guerra deve aumentar os custos do financiamento global, piorando o problema das dívidas públicas. O fundo vislumbra também que sobre os mercados financeiros pesem possíveis adversidades na inflação e que uma maior fragmentação geopolítica prejudique o avanço econômico.
O FMI afirma que em grande parte das economias a prioridade segue sendo a queda da inflação de forma sustentada em meio a crises no custo de vida para a população. O fundo sugere a implantação de ferramentas para reestruturação das dívidas dos países e a aceleração da vacinação contra a covid-19 na China para proteger a recuperação mundial.
O organismo também colocou no relatório que acredita na necessidade de apoio fiscal bem direcionados aos países mais afetados por preços de alimentos e energia e que medidas de alívio fiscal devem ser retiradas nos países. Ainda segundo o FMI, uma cooperação multilateral mais forte é essencial para preservar os ganhos nesse sistema e mitigar a mudança climática.