São Paulo – A missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) que visitou a Tunísia entre 4 e 11 de abril encontrou melhoras na economia do país africano, embora enxergue riscos para a estabilidade macroeconômica local. Em comunicado divulgado na sexta-feira (13), o fundo sugeriu acelerar a implementação de reformas, o que ajudará a reduzir riscos para o orçamento e a desacelerar o aumento da inflação.
Segundo o FMI, a economia tunisiana tem tendências opostas. De um lado, liderado pela boa safra, o aumento do investimento e uma rápida recuperação das exportações, o crescimento econômico está melhorando. Por outro lado, fatores como a escalada da inflação, que chegou a 7,6% em março, o baixo nível das reservas cambiais (inferior a 90 dias de cobertura de importação) e as dívidas pública e externa (71% e 80% do PIB, respectivamente), geram riscos para a estabilidade macroeconômica.
“Abordar os desequilíbrios econômicos é fundamental para manter a recuperação no caminho certo e fortalecer as bases para um crescimento econômico justo e equitativo no futuro”, afirmou, no comunicado, o FMI. De acordo com a instituição, a contenção da dívida pode ajudar a evitar aumento de impostos no futuro. Para isso, o fundo sugere reduzir os “injustos subsídios” para o setor de energia e elevar as tarifas para acompanhar os preços internacionais do petróleo.
O FMI sugere que não sejam feitos reajustes salariais para o setor público, pois julga elevada a massa salarial do segmento. Para o fundo, é preciso mexer na previdência para conter os déficits na seguridade social – o FMI aconselha aumentar a idade para a aposentadoria.
O movimento sinalizado pelo governo em controlar a inflação por meio de aumento das taxas de juros foi elogiado pelo fundo: “A redução da inflação protegerá os pobres, manterá o poder de compra do povo tunisiano e estabilizará as perspectivas macroeconômicas”.
Em relação à situação externa da Tunísia, o FMI acredita que flexibilizar a taxa cambial ajudará a recuperar as reservas internacionais. “A supervalorização do dinar poderá ser corrigida sem um ajuste abruto”, pondera o fundo.
As autoridades tunisianas e o FMI continuarão as discussões entre 20 e 22 de abril, durante reuniões em Washington, nos Estados Unidos.