São Paulo – O diretor para o Oriente Médio e a Ásia Central do Fundo Monetário Internacional (FMI), Masood Ahmed, está no Egito para negociar um empréstimo ao país árabe. Ele se reuniu na manhã desta segunda-feira (07) com o primeiro-ministro do Egito, Hisham Kandil, e deverá ter outros encontros nos próximos dias. Segundo informações da agência de notícias Reuters, outros técnicos do Fundo deverão chegar ao país nesta semana e deverão se reunir com o presidente Mohamed Morsi.
Um empréstimo de US$ 4,8 bilhões foi aprovado pelo FMI em 20 de novembro, mas suspenso no mês seguinte a pedido das autoridades egípcias devido às manifestações realizadas pela oposição no país. Na ocasião, os protestos foram provocados depois que Morsi ampliou os poderes presidenciais e convocou um plebiscito para votar uma nova constituição.
O presidente egípcio suspendeu também um aumento de impostos para conter estas novas manifestações. O reajuste das taxas, contudo, era uma das medidas de austeridade com as quais o Egito havia se comprometido para garantir o recebimento do dinheiro do FMI.
O empréstimo que agora volta a ser negociado é necessário para que o Egito possa conter a desvalorização da libra egípcia e recompor suas reservas internacionais, que diminuem desde que começaram as manifestações que resultaram na renúncia do ex-presidente Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, após governar o país durante 30 anos.
De acordo com a Reuters a moeda egípcia já se desvalorizou em 4% em relação ao dólar desde 30 de dezembro e encerrou o domingo (06) cotada a 6,45 libras por dólar. Não houve pregão nesta segunda-feira devido ao feriado do Natal copta. Desde que as mais recentes manifestações começaram, em dezembro, a moeda egípcia já perdeu 10% do seu valor. Ainda segundo a agência de notícias, as reservas internacionais do país perderam US$ 21 milhões em dezembro e chegaram a US$ 15,015 bilhões.

