São Paulo – O diretor de Relações Externas do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gerry Rice, disse nesta quinta-feira (28), em Washington, que uma nova missão técnica da instituição vai ao Egito “nos primeiros dias de abril” para dar continuidade às negociações sobre um empréstimo de US$ 4,8 bilhões ao país.
O anúncio ocorreu 11 dias após o diretor do Fundo para o Oriente Médio e Ásia Central, Masood Ahmed, visitar o Cairo com o objetivo de retomar o diálogo com as autoridades egípcias. “Aguardamos a ida de uma equipe ao Egito nos primeiros dias de abril para continuar a trabalhar com as autoridades sobre a possibilidade de um acordo financeiro”, declarou Rice em entrevista coletiva transmitida pela web.
Ele acrescentou que a discussão será baseada “nas informações mais atualizadas”, o que significa que devem levar em conta as versões mais recentes do programa econômico elaborado pelos egípcios.
As duas partes chegaram a firmar um acordo em novembro do ano passado, que acabou suspenso em dezembro a pedido do governo em meio a uma onde de protestos. Havia receio de que medidas de austeridade exigidas, especialmente o aumento de impostos, pudesse causar mais instabilidade política e social.
Há dúvida em torno do nível de austeridade que os egípcios e o FMI estão dispostos a aceitar. O Egito precisa de financiamento externo, mas ao mesmo tempo o governo resiste em aplicar medidas econômicas impopulares.
Brics
Rice comentou também sobre a criação de um banco de desenvolvimento pelos países do grupo Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, com capital de US$ 50 bilhões para financiar projetos de infraestrutura. Houve uma reunião de cúpula do bloco esta semana em Durban, na África do Sul.
Ele afirmou que o FMI “vê com interesse” a iniciativa, e como ela tem por objetivo financiar a infraestrutura de países em desenvolvimento, cujas deficiências costumam ser um gargalo para o crescimento destas nações, “todos os esforços nesse sentido são importantes”.


