Rio de Janeiro – O 3º Fórum da Aliança de Civilizações, promovido pela Organização das Nações Unidas, aberto nesta sexta-feira (28) no Rio de Janeiro, teve a presença de diversas autoridades internacionais que pediram o fortalecimento da aliança entre os povos para o caminho da paz. "A Aliança de Civilizações serve para criar novos laços entre os povos", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com ele, o Brasil é um país multiético, que acolhe distintas religiões e culturas. "Aqui convivem, pacificamente, milhões de descendentes de árabes e centenas de milhões de judeus", disse o presidente, que também mencionou os asiáticos, africanos e europeu que moram no país. "Todos eles fazem parte do que chamamos de civilização brasileira", acrescentou.
A necessidade de investimento na educação, combate ao racismo, pobreza e xenofobia para uma aliança maior entre as nações foram citadas por todas as autoridades presentes, como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan; o ministro de Negócios Estrangeiros da Espanha, Miguel Ángel Moratinos; alto-representante da Aliança de Civilizações e ex-presidente de Portugal, Jorge Sampaio; e a mulher do emir do Catar, Mozah bint Nasser Al Missned, da Fundação para Educação, Ciência e Desenvolvimento do Catar.
Segundo Ban, o poder das culturas é enorme. Três quartos dos conflitos mundiais têm dimensões culturais. “É preciso construir uma sociedade inclusiva”, disse o secretário-geral, que acredita que o trabalho da Aliança é um processo, um trabalho em progesso. “Paz e reconciliação não podem ser impostas”, afirmou.
Para finalizar o seu discurso, Ban usou um proverbo brasileiro, “A boa vontade faz com que a estrada fique mais curta”. Assim como o secretário-geral da ONU, a xeica Mozah também citou em seu discurso uma frase de um educador e pensador brasileiro, Paulo Freire. “O pensamento é muito importante para irmos para frente”, disse ela.
Mozah falou que era preciso lembrar dos palestinos em Ghaza, que vivem cercados por um muro construído por Israel, sem direito de ir e vir livremente. “O que serão desses jovens no futuro?”, ela perguntou.
Mozah aproveitou também para falar dos diversos imigrantes árabes que deixaram seus países e se mudaram para a América. “Temos orgulho dos árabes que vieram para América do Sul e do Norte”, disse ela.