São Paulo – O Global Halal Brazil Business Forum (GHB) promoverá, em 27 e 28 de outubro, os potenciais de negócios do Brasil com o mercado mundial halal, de produtos feitos de acordos com as regras do Islã. Na manhã desta terça-feira (5), as organizadoras do evento, a certificadora Fambras Halal e a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, apresentaram na sede da Câmara Árabe, em São Paulo, as oportunidades que o GHB oferece a empresas no evento “Conexão GHB 2025”.
Presidente da Câmara Árabe, William Adib Dib Junior lembrou que o GHB é uma oportunidade para alcançar os mercados halal de alimentos e bebidas e diversos outros produtos e serviços que precisam ser feitos de acordo com as normas do islamismo. Apenas em alimentos e bebidas, observou Dib, trata-se de um mercado de US$ 1,4 trilhão. Maior fornecedor global de alimentação halal, o Brasil exporta anualmente o equivalente a US$ 28 bilhões, “ou seja, uma fração apenas”, disse o executivo.

“A situação é ainda mais díspar nos demais setores de consumo halal, notadamente higiene e beleza, fármacos, entretenimento e turismo e finanças, segmentos em que a participação brasileira é minoritária. Considerando-se que o mercado global halal movimenta anualmente US$ 7 trilhões, reúne hoje um a cada quatro habitantes da Terra e até 2060 abrangerá 30% da população mundial, está muito claro para a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e para a Fambras Halal que era necessário dar visibilidade a este setor”, disse.
Vice-presidente da Fambras Halal, Ali Hussein El Zoghbi disse que “ainda há um longo caminho a ser percorrido” para ampliar a presença dos produtos brasileiros halal no mundo. “O halal extrapolou sua ligação com os muçulmanos para ser um selo de qualidade e ética que, acho, interessa a todo mundo”, disse.
Halal representa o conjunto de normas que tornam ou não um produto apto a ser consumido pelo consumidor islâmico. São produtos que não podem, entre diversas exigências, conter álcool ou carne de porco, que não são consumidos pelos muçulmanos. Há empresas, como a Fambras Halal, que certificam que tais produtos são halal e, portanto, aptos a ser comercializados para este público.
Zoghbi afirmou que os produtos halal não são apenas consumidos por países de grande população muçulmana, como Indonésia, países árabes, Turquia ou Nigéria. Lembrou que nações europeias, como França e Itália, são importantes consumidoras ou exportadoras de produtos halal e que os Estados Unidos também são um grande mercado halal.

Vice-presidente de Relações Internacionais e secretário-geral da Câmara Árabe, Mohamad Mourad apresentou os principais assuntos e painéis que serão abordados nos dois dias do encontro, a partir do tema central do fórum deste ano: “Halal Green – Negócios Sustentáveis”. Entre esses painéis centrais estão alimentos e agricultura; sustentabilidade e ética; turismo; finanças islâmicas; e parcerias estratégicas.
A programação do GHB prevê painéis, encontros e palestras na parte da manhã dos dois dias de evento e a realização do Congresso Técnico-Científico Halal (CTec Halal), organizado pela International Halal Academy, na parte da tarde. O secretário-geral da instituição Delduque Martins, afirmou que no encontro são apresentados estudos, teses, monografias, artigos científicos que colocam o halal em discussão em uma iniciativa que une ensino e pesquisa e que busca compartilhar conhecimento sobre o mercado halal.
Os departamentos comerciais da Câmara Árabe e da Fambras Halal apresentaram no encontro as oportunidades de contato de empresas com o mercado, executivos e políticos de países consumidores de produtos halal, além de oportunidades de patrocínio do GHB. Estiveram no encontro desta terça-feira, empresas processadoras de proteína animal, fabricantes de sanitizantes industriais, dos setores de imóveis e advocacia, entre outros.
Estiveram no encontro o diretor-tesoureiro da Câmara Árabe, Mohamad Abdouni Neto, a diretora de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar, e os diretores Claudia Yazigi, William Atui, Sami Roumieh e Suzana Chohfi.
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