São Paulo – As franquias brasileiras devem fechar 2010 com um faturamento 18,7% maior que em 2009, atingindo negócios de R$ 65 bilhões. Ainda no segundo trimestre do ano, o desempenho das empresas do setor foi 3,7% superior ao do mesmo período do ano passado. Agora, a expectativa é de registrar, no terceiro trimestre, uma expansão de 6,1%. O bom momento se reflete nas ações das redes fora do país, com 68 marcas nacionais operando no exterior. Os números são da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Os motivos do bom desempenho? "O varejo continua forte no Brasil, com um nível de reajuste salarial superior à inflação acompanhado do aumento no emprego e da maior facilidade de crédito, entre outros fatores", explica o diretor executivo da ABF, Ricardo Camargo.
De acordo com Camargo, em 2009 o setor cresceu 14,7% sobre o ano anterior, um desempenho que refletiu a crise econômica mundial de 2008. As projeções da ABF são feitas com base em consultas com empresas dos setores de acessórios pessoais e calçados; alimentação; bebidas, cafés, doces e salgados; beleza, saúde e produtos naturais; construção e imobiliárias; cosméticos e perfumaria; educação e treinamento; entretenimento, brinquedos e lazer; escolas de idiomas; limpeza e conservação; móveis, decoração e presentes; negócios e conveniência, serviços automotivos e vestuário. Hoje, o setor é formado por 1,6 mil redes e 79,9 mil unidades em funcionamento.
Fortalecidas dentro do país, as franquias brasileiras passam a investir mais no exterior. "Hoje são 68 empresas operando fora do Brasil, mas até o final do ano serão 70", diz Camargo. Segundo ele, marcas como Havaianas, de sandálias de plástico, Bonaparte e Giraffas, de alimentação, abriram as portas em terras estrangeiras este ano. No caso da Giraffas, com 325 pontos-de-venda em 23 estados e no Distrito Federal, será inaugurado um restaurante em Miami, nos Estados Unidos, nos próximos meses. Será a primeira unidade da rede fora do país, numa operação que teve investimentos de US$ 1 milhão.
"No exterior, as oportunidades são boas principalmente nos segmentos de beleza e roupas esportivas, com destaque ainda para acessórios e bolsas", explica Camargo. E por falar em oportunidades, o diretor executivo da ABF afirma que os empresários do setor estão de olho nos países árabes. "Já recebemos uma missão do Egito e fomos visitar o país no ano passado", diz. "Além disso, temos contatos na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes e temos todo interesse em participar das ações do Ministério da Indústria e Comércio na região".