Alexandre Rocha
alexandre.rocha@anba.com.br
São Paulo – O Grupo JBS, dono do frigorífico Friboi, o maior do Brasil, entrou de cabeça na internacionalização. Agora a empresa produz também na Argentina, Austrália, Estados Unidos e Itália, países onde adquiriu companhias locais, como a Swift Armour, na Argentina, a Swift & Company, nos EUA e a Inalca, na Itália. Na Austrália o grupo brasileiro controla a Meat Holdings Pty, que pertence à norte-americana Swift.
De acordo com o diretor de relações com investidores da empresa, José Paulo Macedo, as operações no Brasil e no exterior representam um faturamento anual de US$ 13 bilhões. O processo de internacionalização do grupo começou em 2005, com a aquisição da Swift argentina. As demais compras foram realizadas este ano e o JBS se apresenta hoje como a maior empresa de carne bovina do mundo.
O grupo tem também centros de distribuição no exterior, inclusive na Argélia, e as exportações participam com uma grande fatia nos ganhos. No caso brasileiro, por exemplo, Macedo disse à ANBA que 60% das receitas vêm das vendas externas e o restante do mercado interno. No que diz respeito à quantidade de carne comercializada ocorre o inverso, 60% fica no Brasil.
Segundo o executivo, dos mais de US$ 4 bilhões exportados pelo Brasil em carne bovina de janeiro a novembro, US$ 1 bilhão foram negócios do Friboi. “Nós representamos 25% do faturamento desse mercado como um todo”, disse.
A vocação exportadora é também muito forte nas operações da Austrália, onde elas respondem por 85% do faturamento. Nos Estados Unidos, no entanto, as vendas externas participam com apenas 10%, pois a maior parte dos produtos é destinada ao consumo local.
O acesso a mercados fechados para o Brasil foi um dos fatores que levaram o JBS a realizar as aquisições. Os Estados Unidos, por exemplo, não compram carne in natura brasileira, apenas industrializada. Pela Austrália, por sua vez, é possível vender ao Japão.
Os países árabes são também importantes para o grupo. Segundo Macedo, o Friboi é o maior produtor de carne halal do país, sendo que em determinados dias os matadouros da empresa fazem exclusivamente o abate de acordo com as exigências islâmicas.
No que diz respeito ao tamanho das operações, o executivo diz que no Brasil a empresa tem a maior e mais complexa estrutura, pois cria gado a pasto em nove estados diferentes e tem 25 unidades industriais. O negócio nos EUA, porém, embora tenha apenas quatro plantas, gera o maior faturamento.

