São Paulo – Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), bloco econômico que inclui Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã, devem aplicar US$ 50 bilhões à geração de mais 57 mil megawatts de energia elétrica nos próximos sete anos, segundo relatório divulgado pela consultoria Middle East Economic Digest (MEED) e publicado pelo jornal Gulf News, de Dubai.
A previsão é que os Emirados façam o maior volume de aportes, US$ 18 bilhões para gerar mais 20 mil megawatts de eletricidade, apenas no setor de geração elétrica, não dessalinização, que está frequentemente aliado à geração de eletricidade. Entretanto, estes valores levam em consideração o forte crescimento econômico e populacional do país em 2008 e, devido à atual crise econômica, não há certeza de que a demanda esteja tão elevada no futuro.
"No entanto, o problema atual é que esta estimativa baseia-se em dados para o ano passado. Não dá para garantir qual será a população do país nos próximos seis meses", disse Angus Hindley, editor de pesquisas da MEED, ao jornal de Dubai.
Segundo Hindley, o Departamento de Águas e Eletricidade de Dubai (Dewa) tem dois projetos de geração de eletricidade e água em pausa, um foi temporariamente cancelado e o outro está sendo postergado, pois a organização acredita que terá ganhos de 20% a 30% nos gastos com o projeto se esperar uma baixa nos custos de construção, que alcançaram seu pico em meados de 2008.
Segundo a MEED, Abu Dhabi e Dubai devem ter demanda elétrica de 7 mil MW cada até 2015, mas a estimativa para Dubai leva em consideração crescimento populacional de entre 8% e 10% ao ano. Já a Arábia Saudita deve ter consumo de 16 mil MW.
Para montar o estudo, a MEED buscou dados de empresas energéticas no GCC. Os dados mostram que o crescimento na demanda energética nos países da região deverá variar entre 12% a 6%, liderado pelo Catar, com 12%, seguido por Dubai, com 11% e Abu Dhabi, com 8%.
Hindley falou com o jornal de Dubai durante a Cúpula Árabe de Eletricidade e Água, em Abu Dhabi. O evento reuniu executivos de empresas globais no setor e teve como foco a análise dos desafios gerados pela crise financeira global. Segundo Edmund O’Sullivan, responsável pelo departamento de eventos da MEED, a indústria de água e eletricidade da região encara os seguintes desafios: falta de recursos, atrasos em projetos e custos flutuantes devido à crise econômica global.
*Tradução de Mark Ament

