Silwan Abbassi*
Brasília – De 2000 ao ano passado, US$ 70 bilhões foram investidos nas indústrias química e petroquímica dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), bloco que reúne Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã. Os recursos equivalem a 59% do total dos investimentos industriais dos países do Golfo Arábico, segundo reportagem publicada ontem (09) pelo jornal árabe Al Hayat. O valor deverá chegar a US$ 90 bilhões em 2010.
Segundo o Al Hayat, especialistas afirmam que a capacidade produtiva das indústrias do setor deverá crescer de forma significativa por dois motivos: em primeiro lugar por causa da intenção dos governos da região de diversificar suas fontes de receita e de aumentar o valor agregado de seus recursos naturais; em segundo lugar devido ao enorme crescimento econômico dos países asiáticos, o que contribui para o aumento da demanda por químicos e petroquímicos.
De acordo com a reportagem, a capacidade da região do Golfo de atrair investimentos para o setor é maior do que a dos países ocidentais, uma vez que os altos preços do petróleo encarecem a produção de petroquímicos na Europa e América do Norte. Segundo fontes do setor citadas pelo Al Hayat, a indústria petroquímica do Golfo deverá sofrer mudanças significativas até 2020.
"Os preços do petróleo atingiram o auge, e com o desenvolvimento da indústria petroquímica podemos capitalizar os retornos para custear outras indústrias, mais promissoras no longo prazo", disse Ahmad Khalil Al Motawa, secretário-geral da Organização do Golfo para Consultoria Industrial (Goic).
A entidade vai promover em janeiro de 2008 a 11ª Conferência para Industriais em Abu Dhabi, nos Emirados, com o tema "Indústria Petroquímica: Visão para 2020". O evento deverá reunir ministros, funcionários de governos e empresários dos setores químico e petroquímico do mundo todo para debater os desafios enfrentados pelo setor nos países do GCC.
A área de energia preocupa os governos da região há muito tempo, mas agora muitos países do GCC estão abrindo as portas à participação do setor privado. Com projetos de investimento pesado, a presença de empresas privadas pode ser um passo rumo ao sucesso, diz o Al Hayat. A conferência será organizada em parceria com o Ministério das Finanças e Indústria dos Emirados Árabes Unidos.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum

