São Paulo – Os países do Golfo Arábico tinham investimentos de US$ 1 trilhão no exterior até o ano passado. A informação foi divulgada durante o Fórum de Negócios de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, do qual participou o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby. O encontro ocorreu neste domingo (27) e segunda-feira (28) e reuniu empresários e investidores de vários países, principalmente do mundo árabe.
De acordo com Alaby, os investimentos externos da região vêm sendo diversificados para países africanos e asiáticos. Também há um grande volume de investimentos entre os próprios países do Golfo, o que os governos locais têm incentivado. Segundo o secretário-geral, os investimentos entre países da região somam US$ 50 bilhões e estão em áreas como infraestrutura, entretenimento, centros comerciais e indústrias de petróleo e derivados.
O fórum teve por objetivo incentivar os investimentos no Golfo e foi promovido pela Câmara de Comércio e Indústria de Sharjah. O presidente da entidade, Ahmed Mohammed Midfae, falou, na abertura do encontro, sobre o bom ambiente de negócios do seu país para investimentos, como segurança política, a não exigência de sócios locais para estrangeiros nas zonas francas, além do imposto de importação único do Golfo, de no máximo 5%.
O Golfo Arábico trabalha para harmonizar também outras questões que interessam a empresários e investidores, como legislação para investimentos, controles cambiais, concessão de vistos para negócios e controles aduaneiros na importação. O assunto foi tema de discussão no fórum de negócios. A meta, segundo Alaby, é ter isso uniformizado até 2013. De acordo com informações divulgadas no encontro, no Golfo há atualmente muitas oportunidades para empresas de montagem de móveis e fração de empacotamento.
Outros dois temas do Fórum de Negócios de Sharjah foram as pequenas empresas e as mulheres. Foi discutida a necessidade de fomento ao empreendedorismo no Golfo para criação de pequenas empresas industriais. Atualmente as pequenas empresas estão concentradas em comércio e serviços na região. Nos Emirados existem atualmente 15 mil pequenas e médias empresas. Sobre as mulheres, foi destacado o papel que já ocupam, como empresárias, na região, mas também se falou da necessidade de abertura de oportunidades para elas.
O Produto Interno Bruto dos Emirados Árabes Unidos, segundo dados divulgados na conferência, chegou a US$ 300 bilhões em 2010 e a perspectiva de aumento para 2011 é de 6,5%. Participaram da conferência 250 pessoas de países como Egito, Arábia Saudita, Palestina, Líbano, Bahrein e Kuwait, além de Emirados e Brasil.
O secretário-geral da Câmara Árabe também teve encontros paralelos, durante sua estada nos Emirados, com o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Sharjah e o diretor geral, Hussain Mohamed Al Mahmoudi, com os quais acertou a assinatura de um acordo de cooperação entre as duas entidades. “Vamos analisar uma agenda de trabalho conjunta”, disse Alaby. Também com a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria do Conselho de Cooperação do Golfo está sendo avaliada a possibilidade de um acordo.

