São Paulo – No segundo semestre deste ano deverá haver uma retomada das fusões e aquisições nos países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC). De acordo com pesquisa divulgada pelo site Zawya, especializado em economia e negócios no Oriente Médio, e pela agência de notícias Dow Jones, essas operações devem movimentar até US$ 25 bilhões entre julho e dezembro de 2010.
“Os banqueiros prevêem um maior apetite para fusões e aquisições este ano do que nos últimos três anos”, informa a pesquisa realizada em parceria com a consultoria M Communications. De acordo com o levantamento, que ouviu 27 bancos de investimentos, os setores de telecomunicações e serviços financeiros serão destaque em termos de consolidação.
De acordo com o relatório, a Arábia Saudita, maior economia do Oriente Médio, deverá ter o maior número de fusões e aquisições no segundo semestre, seguida pelos Emirados Árabes Unidos e Catar. O GCC é formado por esses três países, além do Kuwait, Bahrein e Omã.
Desde o início do ano, o volume de fusões e aquisições internacionais cresceu no mesmo ritmo da economia mundial. Alguns exemplos foram a fusão entre Century Tel e Qwest, avaliada em US$ 22,3 bilhões; a aquisição da fabricante de doces Cadbury pela Kraft, no valor de US$ 18,9 bilhões; uma proposta de compra da unidade asiática da AIG, por US$ 35,5 bilhões, pela Prudential, do Reino Unido; e uma proposta da Merck para aquisição da companhia de biociência norte-americana Millipore, no valor de US$ 7,2 bilhões.
No Oriente Médio, a indiana Bharti Airtel adquiriu a unidade africana da companhia de telecomunicações kuwaitiana Zain por US$ 10,7 bilhões.
Apesar da avaliação positiva do mercado, os banqueiros do GCC continuam preocupados com os desafios econômicos e políticos que podem inibir o fluxo de aquisições e fusões na região.
No Oriente Médio e Norte da África, as fusões e aquisições movimentaram US$ 34 bilhões no ano passado, representando redução de 67% sobre 2008, quando o valor foi US$ 102 bilhões, de acordo com relatório divulgado pela Ernst & Young no mês passado. O número de negócios fechados caiu de 465 em 2008 para 353 em 2009.
Banqueiros da região acreditam que a falta de liquidez pode afetar o aumento da atividade, principalmente entre as empresas de médio porte, que são as que precisam de mais capital.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum

