Silwan Abbassi*
Brasília – Um estudo realizado pelo instituto de pesquisas árabe Gulf Research Centre mostra que a indústria de alumínio deve crescer nos países do Golfo Árabe nos próximos anos, segundo o jornal libanês Al Hayat. Os investimentos dos países da região no setor chegarão a US$ 14 bilhões até 2012, segundo a pesquisa.
Eles permitirão aos países do Golfo aumentar em cerca de cinco vezes sua produção de alumínio, chegando a sete milhões de toneladas por ano em 2012. Isso irá representar cerca de 18% da produção mundial. No ano passado, os países da região produziram 1,5 milhão de toneladas. Globalmente, a produção de alumínio vem caindo, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.
O estudo mostra que a maior parte desse aumento na produção virá de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, do Bahrein e do Catar, com um total de um milhão de toneladas anualmente. As empresas que terão um papel importante são a Alba, do Bahrein, a Dubal, de Dubai, e a petrolífera do Catar, Qatar Petroleum. Assim, com base no preço atual do alumínio, acredita-se que cada uma dessas empresas irá faturar mais de US$ 2,5 bilhões em alumínio ao ano.
O estudo mostra que, considerando esses dados, a região do Golfo, além de ser grande exportadora de petróleo, deve se tornar um importante centro de exportações do produto. O setor de alumínio atualmente representa cerca de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) do Bahrein e 7% do PIB de Dubai.
Além disso, a demanda global por alumínio deve aumentar entre 4% e 5% ao ano, de acordo com o levantamento, devido à expansão do setor de construção em mercados como a China.
O estudo mostra que a competitividade desses países no setor aumenta por possuírem grandes reservas de gás natural, usado no processo de produção de alumínio. Os países do Golfo ainda se beneficiam de uma vantagem geográfica. De acordo com o Gulf Research Centre, produtores da região conseguem transportar o metal para a Europa e Ásia a preços mais baixos do que outros países.
Apesar desses fatores contribuindo para a competitividade dos países do Golfo, a região enfrenta uma série de desafios. Os países dependem da importação da matéria-prima para a produção de alumínio, como a bauxita e alumina.
Tanto que estão sendo feito esforços para superar o problema. A Dubal assinou recentemente um contrato com a empresa indiana Larsen and Toubro para construir uma fundidora para produzir a alumina. A empresa de Dubai comprou os direitos de usar 40% da produção de alumina de Guiné, África.
*Tradução de Silvia Lindsey