São Paulo – O governo brasileiro decidiu nesta quinta-feira (10) não usar seu poder de veto no acordo entre a Embraer e a norte-americana Boeing. Embora a fabricante brasileira de aviões tenha sido privatizada em 1994, o governo ainda tinha a chamada “Golden Share”, que lhe permitia exercer poder de veto sobre a transferência do controle acionário da empresa.
Segundo informações da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, além de representantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.
De acordo com a secretaria, Bolsonaro foi informado que os termos do acordo foram avaliados e que o conteúdo “preserva a soberania e os interesses nacionais”.
O acordo foi anunciado em julho do ano passado e confirmado em dezembro, e consiste na formação de uma joint-venture entre as duas companhias, com participação de 80% da Boeing e 20% da Embraer. A nova empresa vai assumir setor de aviação comercial da Embraer. A Boeing irá pagar US$ 4,2 bilhões para ter o controle do negócio. O valor foi ampliado em 10% desde o anúncio original.
Será criada uma outra joint-venture para comercialização do cargueiro militar KC-390, desenvolvido pela Embraer, com 51% de participação da companhia e 49% da Boeing.