Da Agência Brasil
São Paulo – O governo federal acredita que conseguirá aumentar a captação de recursos estrangeiros para investimentos em infra-estrutura em curto espaço de tempo e que garantirá a liderança na América Latina em volumes captados, superando o México.
A expectativa foi anunciada nesta terça-feira (22) pelo ministro do Planejamento, Guido Mantega. O ministro fez a palestra de abertura do Fórum de Investimentos em Infra-estrutura, que ocorre até esta quarta-feira (23), no Hotel Meliá. No encontro, Mantega apresentou as metas governamentais. Pouco depois, juntou-se à comitiva presidencial que viajaria, no início da tarde, rumo a Nova Iorque.
O ministro relatou que em Nova Iorque apresentará as oportunidades de investimento em infra-estrutura a cerca de 500 investidores. Ele pretende convencê-los de que há possibilidades de rendimentos maiores do que nas aplicações financeiras. "Na medida em que as taxas (internas) estão baixando e exista uma legislação que garanta a rentabilidade, o setor privado irá migrar para essa modalidade de investimento", disse Mantega.
O ministro estimou que o Brasil precisa de US$ 20 bilhões ao ano em investimentos em infra-estrutura, dos quais US$ 5,5 bilhões para energia elétrica, US$ 6,5 bilhões em óleo e gás, US$ 4 bilhões em transporte e logística, US$ 2 bilhões em saneamento e US$ 2 bilhões em telecomunicações.
Mantega afirmou que a estagnação do mercado interno derrubou os investimentos estrangeiros no país, que caíram de US$ 16,5 bilhões, em 2002, para US$ 10,1 bilhões, em 2003.
Ele acredita que o projeto das parcerias público-privadas (PPPs), em tramitação no Senado, deverá ser votado até julho, antes mesmo do recesso parlamentar. Mantega minimizou o risco de menores captações em razão de uma eventual elevação das taxas de juros nos Estados Unidos.
"O aumento dos juros (nos Estados Unidos) será menor do que se pensou em um primeiro momento. A economia brasileira já absorveu essa mudança nos ativos de investimentos. Já pagamos o preço pela diminuição de alguns ativos e não haverá maiores conseqüências", disse Mantega.