Da redação*
São Paulo – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, lançou oficialmente ontem (12), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), dois novos programas de incentivo ao comércio exterior: o Radar Comercial, que promete facilitar a busca dos empresários brasileiros por oportunidades de negócios no exterior, e a simplificação do sistema de drawback, pelo qual o governo concede isenção tributária na importação de matérias-primas, desde que elas sejam utilizadas na fabricação de produtos para exportação.
No primeiro caso, o ministério vai disponibilizar em seu site (www.desenvolvimento.gov.br) informações sobre os 41 países que respondem por 88% do comércio internacional. Entre estes dados vão estar os produtos e quantidades que cada um desses países compram.
"Isso terá um grande impacto para as pequenas e médias indústrias, já que o trabalho de prospecção inicial será feito pelo ministério", disse o secretário de Comércio Exterior do ministério, Ivan Ramalho.
Drawback
Já no caso do drawback, a idéia principal é consolidar em apenas uma portaria os 11 atos normativos existentes sobre o assunto, além de outras modificações burocráticas. O governo vai deixar as propostas abertas a sugestões pelos próximos 30 dias e a Secretaria de Relações Internacionais da Fiesp será responsável por sistematizar tais sugestões.
De acordo com informações do ministério, 1,8 mil empresas brasileiras utilizam o drawback e o equivalente a US$ 20 bilhões foram exportados no ano passado por este sistema.
"Política industrial não se faz por decreto, mas no dia a dia, seguindo um eixo, como o que anunciamos no último dia 31", disse Furlan, referindo-se à data em que o governo detalhou as medidas da nova política industrial, da qual as duas ações anunciadas ontem fazem parte.
Balança comercial
Ainda ontem, o ministério divulgou a balança comercial da segunda semana de abril, que teve apenas quatro dias úteis por causa da Semana Santa. O saldo registrado foi de US$ 468 milhões, com exportações de US$ 1,455 bilhão e importações de 987 milhões. No acumulado do ano as exportações já somam US$ 21,478 bilhões e as importações US$ 14,732 bilhões, com um superávit favorável ao Brasil de U$ 6,746 bilhões.
De acordo com informações do ministério, a média diária das exportações na semana ficou em US$ 363,8 milhões, 26,5% a mais do que na primeira semana do mês e 18,5% em relação a abril de 2003.
Segundo a análise dos técnicos da pasta, tal crescimento foi causado pelo aumento dos embarques de todas as categorias de produtos, básicos, semimanufaturados e manufaturados. Com relação a março, porém, houve uma queda de 1,8% nas exportações de produtos básicos, mas aumento de 10,5% nos embarques de semimanufaturados e de 1,3% nos de manufaturados.
"Considerando que foi Semana Santa, o desempenho da semana passada foi muito bom, o que nos leva a crer em novo recorde, o que também já não chega a ser surpresa", disse Furlan, segundo matéria da repórter Paula Puliti publicada pelo site da Agência Estado. O ministro acredita que as exportações vão ultrapassar a marca dos US$ 80 bilhões este ano e a meta do governo é chegar a US$ 100 bilhões.
Importações
Já a média das importações na segunda semana de abril foi de US$ 242,3 milhões, 21,5% a mais do que em abril de 2003 e 4,7% superior a média de março de 2004. Na comparação com abril do ano passado houve aumento nas compras de combustíveis e lubrificantes, adubos e fertilizantes, siderúrgicos, instrumentos de ótica e precisão, equipamentos elétricos e eletrônicos, plásticos e automóveis.
Com relação a março houve crescimento nas importações de combustíveis e lubrificantes, siderúrgicos, instrumentos de ótica e precisão, automóveis e autopeças e equipamentos elétricos e eletrônicos.
*Com Agência Brasil