São Paulo – O Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) avalia a possibilidade de permitir que companhias aéreas estrangeiras que já tenham voos internacionais regulares ao Brasil possam operar voos domésticos durante a Copa do Mundo de 2014. Em entrevista concedida nesta terça-feira (22) a correspondentes estrangeiros, o presidente da Embratur, Flavio Dino, afirmou que esta medida é uma forma de garantir oferta de assentos nos aviões para as 12 cidades-sede do torneio, que será realizado entre 12 de junho e 13 de julho do próximo ano.
Dino afirmou que a Embratur e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) já estão negociando o remanejamento da malha aérea brasileira para garantir oferta de assentos à demanda de passageiros para todas as sedes do evento, que terá jogos em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; Curitiba, no Paraná; São Paulo, em São Paulo; Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro; Belo Horizonte, em Minas Gerais; Cuiabá, no Mato Grosso; Salvador, na Bahia; Brasília, no Distrito Federal; Manaus, no Amazonas; Recife, em Pernambuco; Natal, no Rio Grande do Norte; e Fortaleza, no Ceará.
“Temos a visão de garantir mais ofertas (de voos) e a ANAC coordena isso (o remanejamento da malha aérea). Vamos remanejar, e se for preciso, temos outras medidas, até a abertura do mercado para outras companhias internacionais durante a Copa”, afirmou Dino, lembrando que a decisão depende da Presidência da República e que o remanejamento de voos e eventual adoção da política de “céus abertos” (para estrangeiras) só serão adotadas após o sorteio dos grupos da Copa, que está marcado para ser realizado em 6 de dezembro, na Bahia.
A expectativa do governo é que a Copa atraia 600 mil turistas estrangeiros e que três milhões de brasileiros circulem pelo País. De acordo com a Embratur ainda não é possível saber quais países enviarão mais turistas para a Copa do Mundo. Essa informação só será conhecida quando a Federação Internacional de Futebol (FIFA) divulgar os números referentes à procura por ingressos.
Dino afirmou, porém, que os principais emissores de visitantes ao Brasil serão os países da América do Sul e os Estados Unidos. Os norte-americanos fizeram 374 mil pedidos por ingressos. Alemanha, que é o terceiro principal emissor de turistas ao País regularmente, e o Reino Unido, que é a 11ª origem dos viajantes, deverão estar entre os dez principais países com turistas no Brasil durante a Copa.
Preços nas alturas
Dino também afirmou na entrevista que o governo brasileiro já está trabalhando para coibir a cobrança de preços abusivos de hospedagem e passagens aéreas. Ele afirmou que o governo já recorreu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e a órgãos de defesa do consumidor e garantiu que em “breve” serão anunciadas medidas para impedir o preço alto. A possibilidade de “abrir os céus” a companhias estrangeiras apenas durante a Copa seria uma forma de aumentar a concorrência entre as aéreas e impedir presos muito altos no setor.


