São Paulo – A Grendene, fabricante brasileira de calçados, embarcou para o mercado externo 42,5 milhões de pares no ano passado, segundo dados divulgados pela companhia na última semana. Os envios recuaram 22,2% sobre o ano anterior, quando foram vendidos 54,6 milhões de pares. A receita com exportações recuou 5%, de US$ 224,3 milhões para US$ 213 milhões.
Segundo a empresa, a queda nas vendas externas já era prevista no começo de 2011 e se deveu, principalmente, a uma mudança de foco da Grendene, que foi buscar mercados para calçados de maior valor agregado. A companhia também ficou com dois milhões de pares, que eram destinados à Argentina, em estoque por causa de novas regras alfandegárias adotadas pelo governo de lá. Além disso, a taxa de câmbio desfavoreceu as exportações.
Com o recuo nas exportações e também queda de vendas no mercado doméstico, a comercialização de calçados fabricados pela Grendene caiu para 150 milhões de pares ante 170 milhões em 2010, em 11,4% menos. No Brasil houve queda de 6,3% nas vendas para 107,6 milhões de pares. O desempenho do mercado interno não era esperado, segundo disse o diretor da empresa, Francisco Schmitt, em material divulgado pela empresa.
A Grendene afirmou, em seu relatório de 2011, que frente a conjuntura econômica apresentada no ano passado, a empresa teve resultados abaixo dos esperados, mas sólidos. A adequação à queda ocorreu com controle de custos e elevação da margem bruta. A empresa modificou sua política de dividendos, o que fez com que a distribuição dos dividendos ficasse 80,3% superior a 2010, com R$ 219,5 milhões.
A receita bruta de vendas da Grendene ficou em US$ 1,8 bilhão, com queda de 7,6%. A receita líquida recuou 7,6% também, para US$ 1,4 bilhão. O lucro líquido alcançou US$ 305 milhões, com redução de 2,2%. Apesar disso, a empresa mantém as suas metas para os próximos anos, de alta entre 8% e 12% na receita bruta entre 2011 e 2015 e crescimento de 12% a 15% no lucro líquido. A Grendene tem 12 fábricas de calçados, todas no Brasil.

