Alexandre Rocha
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São Paulo – A empresa saudita Amiantit decidiu vender 70% das operações de sua subsidiária Amitech no Brasil, na Argentina e no México para o grupo colombiano Inversiones Mundial. O negócio foi anunciado esta semana pela Amitech do Brasil, que produz tubos e conexões de grande diâmetro. A companhia saudita vai continuar com uma participação de 30%.
No primeiro semestre, a Amiantit anunciou que estava negociando a venda de parte de seus ativos em alguns países onde opera. De acordo com a empresa, o valor do negócio com a Inversiones Mundial é de 33,75 milhões de riais sauditas, ou US$ 9 milhões pelo câmbio atual. Além disso, a companhia árabe vai receber 11 milhões de riais (US$ 2,9 milhões) relativos e empréstimos realizados em anos anteriores. O grupo saudita assumiu o controle da empresa brasileira, que antes se chamava G-Tec, em 2002.
O presidente da Amitech Brasil, Roberto Roselli, disse à ANBA que a Amiantit decidiu dar prioridade aos mercados da Europa, África, Oriente Médio e Ásia. A Amiantit foi fundada na Arábia Saudita em 1968 e em anos recentes passou por um rápido crescimento internacional, por meio da aquisição de companhias estrangeiras, e hoje tem 34 fábricas, próprias ou mantidas em joint-ventures, em 18 países.
Ao mesmo tempo, a Inversiones Mundial pretende aumentar sua presença na América Latina. A empresa atua nos ramos de tintas, produtos químicos, tubos, varejo e embalagens e tem unidades na Colômbia, Venezuela, Equador, México e Chile. Detentora da tecnologia Flowtite, de tubos de poliéster reforçados com fibra de vidro (PRFV), a mesma utilizada pela Amiantit e pela Amitech, ela agora passa a ter também braços no Brasil e na Argentina. A companhia busca a liderança do mercado de PRFV na região.
De acordo com Roselli, a Inversiones Mundial impôs como condição ao negócio assumir o controle da Amitech no Brasil, Argentina e México. A permanência da Amiantit como sócia, no entanto, garante que ela continuará a transferir tecnologia. O grupo saudita é dono de seis empresas de desenvolvimento tecnológico.
Roselli garantiu que a transação não vai interferir nos planos de investimentos da Amitech no Brasil, nem nos compromissos assumidos com os clientes. Novos equipamentos estão sendo instalados na fábrica que fica no interior de São Paulo, o que vai ampliar sua capacidade de produção dos atuais 120 quilômetros de tubos por ano para 300 quilômetros no início de 2008. Recentemente a empresa assinou contrato com o governo do Ceará para fornecer 19 quilômetros de tubos para o Canal da Integração, maior sistema de distribuição de água já construído no estado.
Roselli afirmou que a decisão da Amiantit não foi motivada pelo desempenho do negócio. "O negócio vem trazendo bons resultados, com boas perspectivas também para o futuro", disse. De acordo com ele, as vendas da Amitech Brasil cresceram 50% de 2004 para 2005 e 80% de 2005 para 2006. Segundo ele, hoje o faturamento gira em torno de US$ 15 milhões.
De acordo com informações da Amitech, as fábricas no Brasil, Argentina e México tiveram um faturamento conjunto de US$ 41 milhões no ano passado e empregam 250 pessoas, sendo 85 no Brasil. A Inversiones Mundial, fundada em 1921, por sua vez, tem um faturamento anual de US$ 700 milhões. Já a Amiantit obteve receitas de US$ 709 milhões no ano passado.
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