Dubai – Pelo menos duas empresas do Brasil já fecharam negócios na feira de alimentação Gulfood, que começou neste domingo (23) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. As fabricantes de doces e confeitos Ricclan e Peccin receberam encomendas de países da região. Outras companhias que participam da mostra no pavilhão do Brasil, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira receberam consultas de preços e entregas.
A fabricante de chocolates Peccin recebeu pedidos de clientes do Iêmen, Kuwait e da Palestina. Cada um vai comprar um contêiner de 40 pés de doces. O gerente de exportações da Peccin, Allan Wehbe, afirmou que a feira começou com muito movimento, mas observou que os negócios que ele fechou no primeiro dia do evento são resultado de um trabalho iniciado há três meses. “Antes de vir para cá, eu procuro meus clientes, envio relação de produtos, listas de preços, converso com eles. Não deixo para fazer tudo na hora da feira. Quando o cliente vem me visitar, apenas acertamos os últimos detalhes do negócio”, disse.
Esse não foi o único motivo que levou às encomendas. Um deles, disse Wehbe, foi o investimento feito pela empresa em aumentar a produção. “Isso me permite entregar mais produtos em um prazo menor”, afirmou. A organização do estande brasileiro também ajudou. “Está grande, iluminado, com atrativos. Além disso, o Brasil está na mídia, o Brasil vai realizar a Copa e as pessoas se interessam pelo País”, disse.
A fabricante de confeitos Riclan também recebeu um pedido, de um contêiner, de um comprador do Bahrein. “Foi um bom começo. Fizemos bons contatos com outros potenciais compradores que provavelmente farão pedidos nos próximos dias. Um deles de Omã”, afirmou Luis Guilherme Fiorio, representante do departamento de exportações da Riclan.
Vice-presidente da Pacific Group, que representa a empresa Coco do Vale na mostra, Rosivan Oliveira aposta pela segunda vez no evento para vender a água de coco nos Emirados. “Estamos apresentando uma água de coco mais adocicada do que a que trouxemos no ano passado”. O executivo disse que esse mercado ainda é pouco explorado no país e que único concorrente cobra um preço muito alto. “Podemos vender mais barato”, disse. A água de coco não recebe aditivos para ficar mais doce. A extração do produto é feita num estágio diferente de maturação da fruta.
Expectativas
O pavilhão do Brasil na Gulfood deste ano tem 77 empresas, 32 a mais do que em 2013, segundo informações da Apex. O espaço está maior do que nas outras edições e tem até um mezanino em que são servidos preparos típicos do Brasil, como carnes grelhadas, sucos de frutas, bolinhos de arroz, entre outros.
Neste ano, o pavilhão brasileiro está maior do que nas outras edições devido ao trabalho de prospecção realizado pela Apex e pela Câmara Árabe. “Sensibilizamos as empresas brasileiras para a importância da região e mostramos que elas devem expandir sua atuação para cá. Também há a coragem do empresário brasileiro de fazer o investimento, que não é baixo, para participar da mostra”, afirmou Ricardo Santana, diretor de Negócios da Apex.
Segundo ele, as companhias que participaram da Gulfood no estande da Apex em 2013 realizaram US$ 150 milhões em negócios no evento e US$ 483 milhões nos meses após a realização da feira. “Nossa meta é superar o resultado do ano passado”, disse Santana.
Diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, afirmou que a participação brasileira cresce a cada ano. “Há três anos não tínhamos 20 empresas. Nossa participação cresce devido às estratégias das empresas e devido ao fato de que os importadores valorizam o produto do Brasil”, disse.
A Gulfood foi aberta pelo ministro das Finanças e Indústria dos Emirados Árabes, Hamdan Bin Rashid Al Maktoum. Até a próxima quinta-feira (27), 80 mil visitantes deverão passar pelos estandes de 4.500 empresas.


