Dubai – A edição de 2010 da Gulfood, maior feira de alimentos do Oriente Médio, que terminou hoje (24), em Dubai, deverá render, pelo menos, US$ 30 milhões em negócios aos expositores brasileiros. A estimativa é do secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby.
Para ele, esta foi uma das melhores edições da feira para as empresas brasileiras. “A Gulfood superou as expectativas de vários empresários, o que nos faz crer que devemos manter a participação e inclusive aumentar o número de empresas participantes na próxima edição”. Alaby calcula ainda que, este ano, a feira tenha recebido pelo menos 30% mais visitantes que em 2009.
“Conversando com os expositores, ouve-se que a quantidade de visitantes foi excepcional, mas não se trata apenas de números, mas da qualidade dos visitantes”, acrescenta Mark Napier, diretor-executivo da Gulfood.
“Tivemos muita sorte. Este ano, acrescentamos mais 26 mil metros quadrados de espaço de exibição, o que trouxe muitas empresas e pavilhões nacionais que participaram pela primeira vez”, relata Napier, que ainda elogiou a estratégia brasileira de montar os estandes promovendo a marca Brasil.
“O Brasil sempre teve uma participação muito forte na Gulfood. Estou particularmente satisfeito este ano que as associações tenham combinado sua participação em um hall único. Desta forma, pudemos ver o tamanho da presença brasileira aqui na feira, e é fantástico”, declarou. “De um ponto de vista logístico, foi obviamente muito bom para todos os visitantes da região poder encontrar as empresas brasileiras que eles conhecem e confiam com outras empresas ao seu lado.”
Napier diz ainda ser cedo para ter uma estimativa de quanto a edição de 2010 movimentou em negócios para todos os expositores, mas afirma que “o valor dos negócios fechados na feira é excepcional e, em números, chegará a bilhões”.
Associações
Representantes de duas das associações que participaram da Gulfood também afirmaram que seus associados estão bastante satisfeitos com os resultados obtidos na feira, como é o caso do presidente da Associação Nacional das Indústrias de Biscoito (Anib), José Reis.
“Tivemos contato com novos distribuidores que estão em prospecção, com interessados em marca própria para food service e importadores de maneira geral, além de tradings interessadas em negociar os produtos das empresas da Anib”, diz Reis. “Nos próximos 90 dias, iremos vender mais de US$ 500 mil e, no fechamento dos dez meses, nós chegaremos a US$ 6 milhões como resultado da feira”, completa.
“Temos fabricantes que da feira já farão visitas para fazer a nomeação destes distribuidores, então vão para dois ou três países, já mudaram sua rota de vôo, e isto nos animou muito”, declarou o presidente da Anib, que também disse já ter sua presença garantida na Gulfood de 2011.
Segundo Ricardo João Santin, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), os resultados da feira também foram bastante positivos para as expositoras do setor.
“A Gulfood é uma feira que está entre as prioridades da Abef, porque aqui é um mercado que hoje detém cerca de 40% das nossas exportações. Os países do Oriente Médio representam muito para o Brasil, tanto em valores quanto em volumes”, afirmou. “A cada ano, a feira tem melhorado, se desenvolvido e trazido mais clientes”, completa.
Anualmente, o Brasil vende 1,4 milhão de toneladas de frango aos países árabes. De acordo com Santin, das nove empresas que vieram para a Gulfood com a Abef, todas fecharam negócios durante o evento.