São Paulo – O secretário de Segurança Alimentar e Nutricional, Crispim Moreira, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), chega na segunda-feira (09) no Haiti para apresentar dois programas brasileiros, um de solução de acesso a recursos hídricos e outro de aquisição de alimentos a populações em situação de insegurança alimentar e nutricional.
Segundo informações da assessoria de imprensa do MDS, a meta brasileira é apoiar o governo do Haiti na elaboração de uma política pública de atendimento a famílias pobres rurais no que se refere ao acesso à água potável e aos alimentos. “Acreditamos que as propostas de cooperação entre nossos países que ora cuidamos de materializar beneficiará grande numero de famílias do campo e da cidade”, disse Crispim, em nota a assessoria.
A missão técnica, que seguirá até sexta-feira (06), é coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, e é fruto da viagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ao Haiti, em maio de 2008. Desde o acordo para cooperação técnica, firmado na ocasião, com o presidente René Préval, os dois países já trocaram missões para verificar a possibilidade de implementar os programas de Cisternas e o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA).
A cisterna, que é uma tecnologia popular para ajudar a população rural a ter acesso a recursos hídricos, consiste na construção de um reservatório cilíndrico, feito com placas de concreto e que fica coberto ou semi-enterrado, permitindo a capacitação e armazenamento de águas das chuvas a partir de seu escoamento nos telhados das casas. O projeto brasileiro tem capacidade para 16 mil litros de água, o suficiente para atender uma família com cinco pessoas durante o período da seca, que pode durar cerca de oito meses.
O outro programa brasileiro consiste na compra de alimentos diretamente dos pequenos agricultores para serem destinados a populações em situação de insegurança alimentar e nutricional. O PAA garante ainda a inclusão social no campo por meio do fortalecimento da agricultura familiar. No Brasil, o programa adquire os alimentos, com isenção de licitação, por preços de referência que não podem ser superiores nem inferiores aos praticados nos mercados regionais.
De acordo com Moreira, esses dois programas são os que melhor se adaptam à realidade do Haiti, que tem 8,9 milhões de habitantes, sendo que a maioria ainda depende da agricultura de subsistência. Além disso, quase metade da população é analfabeta e mais de dois terços não possuem empregos formais. É o 146º entre os países no índice de desenvolvimento humano.

