São Paulo – A certificação halal é um dos caminhos para garantir a segurança dos alimentos, segundo opinião emitida por Ali Zoghbi (foto acima), vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras). Ele falou nesta quinta-feira, 1º de julho, durante o curso ‘O Mundo Islâmico – Oportunidades e desafios para o agronegócio brasileiro em um cenário pós-pandemia’. Este foi o terceiro módulo da programação e abordou o tema Mundo Islâmico – Produtos Halal: Conceito, Confiabilidade e Certificação.
O certificado halal atesta que o produto é próprio para consumo de muçulmanos. “O halal se tornou um estilo de vida, de consumo com segurança alimentar. Em um momento em que enfrentamos uma pandemia que pode ser proveniente de um tipo de consumo alimentar, vemos que o halal tem esse cuidado com todos os processos”, explicou Zoghbi.
Para o vice-presidente da Fambras, o fato de a certificação incluir categorias que podem avaliar toda a cadeia produtiva torna o alimento mais seguro. Zoghbi lembrou que o selo pode validar desde o abate, no caso de carnes, até o armazenamento, transporte, distribuição e a chegada do produto aos mercados e alimentação no caso de restaurantes.
“A segurança que o halal garante no setor de alimentos é algo imprescindível quando falamos da religião”, concordou Fernanda Baltazar, gerente de Relações Institucionais da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que mediou o evento.
Para falar do setor de aves, a organização do curso convidou a diretora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Sulivan Pereira Alves. A executiva frisou a amplitude das vendas brasileiras. “Exportamos [carne e] também pintinhos e ovos. Fomentamos as indústrias dessas regiões [árabes]. O Brasil tem postura de contribuição para a segurança alimentar. É uma das indústrias mais organizadas, com condições para rastreabilidade”, destacou Alves.
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Tamer Mansour, secretário-geral da Câmara Árabe, também lecionou no curso e destacou a tecnologia como aliada para empresas inseridas no mercado halal em setores diversos, como o turístico. “Existe hoje um mundo além do que enxergávamos antes da pandemia e as startups e pequenas empresas têm muito a compartilhar”, disse ele.
Mansour lembrou, ainda, que o processo de consumo online foi altamente acelerado no último ano. “O que chama a atenção é que 1,4 bilhão de pessoas acima de 15 anos do mundo estão realizando suas compras online e 23% dessas pessoas estão comprando em sites fora do País. Para as empresas, é muito importante projetar suas vendas ao mundo árabe e islâmico através de sites específicos e e-commerce”, concluiu o executivo.
O curso online é promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com a Fambras. As aulas seguem até o dia 08 de julho. O próximo tema será “Mundo Islâmico – As Finanças Islâmicas, desafios e oportunidades para agronegócio brasileiro”. As inscrições estão abertas e são gratuitas.