São Paulo – A empresa paranaense Hi Technologies lançou há dois meses um aparelho portátil para realização de exames médicos e pretende investir na sua exportação a partir da metade do ano que vem. A companhia já tem presença no mercado internacional com outros produtos, o oxímetro de pulso e seus sensores. Hospitais da Arábia Saudita, Egito e Emirados estão entre os que utilizam o equipamento no exterior, segundo o diretor executivo da Hi Technologies, Marcus Figueredo.
A empresa exporta desde o começo das suas atividades. Ela foi criada por Figueredo e Sérgio Rogal Jr., atual diretor de Tecnologia, quando eles ainda estavam na faculdade de Engenharia da Computação. Inicialmente os dois produziam softwares para monitoramento de pacientes à distância, mas assim que colocaram no mercado o oxímetro de pulso, chamado comercialmente de Milli, a primeira demanda veio do exterior, da Indonésia.
O oxímetro é carro-chefe nas vendas da companhia e o único produto exportado pela Hi Technologies atualmente. O aparelho monitora os sinais vitais em pacientes adultos, pediátricos e neonatais. Figueredo conta que o mercado internacional responde por cerca de 10% a 15% do faturamento da empresa, mas o percentual varia segundo as demandas no Brasil e exterior. A Indonésia é de longe a maior compradora do Milli fora do País.
A liderança do oxímetro nas vendas da companhia, porém, deve mudar com a chegada do aparelho portátil de realização de exames, o Hilab. Além de se tornar produto de exportação, ele deve passar a ser carro-chefe no faturamento. O lançamento do produto, que pode ser usado para fazer 100 tipos de exames, causou bastante impacto no mercado de exames brasileiro. O aparelho usa apenas uma gota de sangue do paciente para fazer os exames e dá os resultados em 10 minutos em média.
Figueredo afirma que o equipamento foi desenvolvido também para o mercado externo, mas inicialmente as vendas estarão focadas no Brasil. A meta é ter 10 mil aparelhos distribuídos pelo País até a meados de 2018 e depois investir na exportação.
A Hi Tecnologies acredita que há espaço para o Hilab no Brasil em consultórios médicos, clínicas populares, pronto socorro de hospitais, empresas de home care e planos de saúde. O foco dos exames são quatro grandes problemas mundiais de saúde: mortalidade infantil, mortalidade materna, doenças infecciosas e doenças crônicas. As possibilidades de exames vão desde teste de HIV até dengue, gravidez, hepatite, glicose e DSTs.
No mundo árabe, a empresa paranaense planeja começar a explorar o mercado para o Hilab a partir de Dubai. A Hi Tecnologies está estudando a participação na feira Arab Health, em janeiro de 2018, e, se o fizer, apresentará o produto à região durante a mostra. De acordo com Figueredo, em Dubai metade das mortes de homens adultos, por doenças não naturais, são causadas por problemas cardíacos. O novo equipamento da paranaense faz o exame dos marcadores cardíacos e detecta o problema quando ele está ocorrendo, segundo o diretor executivo.
A Hi Technologies deve observar as particularidades de cada mercado em relação aos problemas de saúde antes de explorá-lo, inclusive no Oriente Médio. “As possibilidades são infinitas, são mercados bons, grandes, com condições diferentes”, afirma Figueredo sobre os países árabes. Além de Estados Unidos e Europa, ele cita também a África como mercado a explorar, já que muitas regiões do continente não têm medicina laboratorial. De acordo com o CEO, já há conversas com pessoas do exterior interessadas no aparelho.
Atualmente os países árabes são apenas clientes esporádicos da Hi Technologies. A região compra os oxímetros de pulso da empresa desde 2003. Os produtos são enviados para distribuidores no mundo árabe e têm como destino final hospitais. Além de vender o seu novo produto no exterior, a empresa paranaense também pretende aumentar a presença do Milli no mercado internacional, inclusive no mundo árabe. O executivo vê isso como um passo natural, agora que o produto já tem uma rede forte de compradores no Brasil. “Temos metas audaciosas para o Milli”, afirma.
A Hi Technologies ganhou escala e passou a ter mais possibilidades de investir no mercado externo depois que a Positivo Informática comprou metade da empresa, no ano passado. Até então ela pertencia apenas a Figueredo e Rogal. Quando os dois começaram as atividades da empresa, em 2004, havia outros três sócios, mas eles acabaram desistindo do negócio.
A Hi Technologies nasceu da percepção dos empreendedores, que estagiavam em informática em uma empresa de saúde, de que havia oportunidades de mercado em telemedicina. Eles conseguiram espaço para o projeto na Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec) e inicialmente criaram softwares de monitoramento de pacientes à distância. Mas ao perceberem que se tratava de um produto de pouca escala, começaram a desenvolver também equipamentos.
Além do oxímetro de pulso e do aparelho portátil de exames médicos, a Hi Technologies produz atualmente outros itens como sensores de oximetria (aparelhos postos no dedo do paciente), oxímetros para o teste do coraçãozinho (para monitorar oxigênio do bebê nas primeiras horas de vida), equipamento para monitoramento do sono, aparelho para acompanhar a evolução do trabalho de parto e sistema de laudos de eletrocardiograma.
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