São Paulo – Os novos hotéis do emirado de Abu Dhabi não serão mais classificados apenas de acordo com seu luxo e qualidade do serviço dos funcionários, utilizando o tradicional sistema de estrelas. Com a inauguração do Parque Ecológico de Al Ain, resort que recebeu investimento de US$ 870 milhões, o emirado passará a aplicar um sistema de classificação por pérolas, similar às estrelas, mas analisando a sustentabilidade do empreendimento.
Pelo sistema, hotéis receberão um mínimo de uma pérola e um máximo de cinco pérolas, de acordo com seus níveis de sustentabilidade. "Em breve, os hotéis terão esta classificação verde, além das estrelas tradicionais," declarou Sultan bin Tahnoon Al Nahyan, presidente do Departamento de Turismo de Abu Dhabi, durante a Conferência Mundial de Turismo Verde, que está sendo promovida em Abu Dhabi de 22 a 24 de novembro.
A reserva ecológica de Al Ain, no entanto, não busca a classificação máxima de cinco pérolas, mas sim quatro pérolas. De acordo com o diretor geral da reserva, Ghanim Mubarak al Hajeri, a classificação de cinco pérolas está "acima da capacidade orçamentária" do parque. Para o executivo, o desenvolvimento de uma empreitada ecologicamente correta é cerca de 40% mais elevado do que uma unidade que não segue tais linhas de desenvolvimento. "Isso no que se refere à construção. Mas, a longo prazo, haverá economia em energia", explicou o executivo.
Consultores no setor hoteleiro declaram que falta capital no mercado para deixar hotéis mais ecologicamente corretos, mas também há demanda dos turistas por hotéis cujo impacto ambiental seja menor. Segundo pesquisa da organização britânica YouGov, em entrevistas feitas no Reino Unido e Oriente Médio, dois em cada cinco entrevistados disseram estar dispostos a gastar mais se o hotel da estadia fosse mais ecologicamente correto. "Há consumidores aguardando este tipo de serviço," declarou Nahyan.
"Consumidores, sejam eles no setor de lazer ou de empresas multinacionais, com contas corporativas, já perguntam sobre a consciência ambiental do fornecedor," declarou o CEO da Etihad Airways, James Hogan. "Eles querem saber exatamente o que você está fazendo", acrescentou ele.
Entretanto, o executivo mencionou também o custo envolvido no desenvolvimento de uma frota mais ambientalmente correta. "Muitas aéreas estão trabalhando no desenvolvimento de combustíveis alternativos. Aqui em Abu Dhabi trabalhamos com a Masdar para avaliar alternativas para o futuro", declarou ele.
Segundo Gerald Lawless, presidente executivo do Jumeirah Group, que tem 11 hotéis em Dubai, Nova York e Londres, sua empresa economizou US$ 870 mil em contas de eletricidade e US$ 151.405 em contas de água no último ano, através da introdução de medidas para reduzir o consumo. "Com o desenvolvimento do turismo, hóspedes continuam desejando desfrutar do luxo, mas querem fazer isso sem culpa", explicou Lawless.
*Tradução de Mark Ament

