São Paulo – Representantes da hotelaria e do turismo paulistano receberam capacitação sobre a cultura árabe nesta quinta-feira (12) na Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Com o intuito de preparar o setor turístico da capital paulista para receber visitantes estrangeiros, especialmente para a Copa do Mundo de 2014, o São Paulo Convention & Visitors Bureau vem promovendo ações deste tipo. Nesta semana foi a vez de falar sobre os árabes.
Cerca de 50 pessoas, entre profissionais de hotelaria, estudantes de turismo e interessados no segmento, estiveram na sede da Câmara Árabe e ouviram as dicas do diretor geral da entidade, Michel Alaby, e do gerente de Negócios e Mercados, Rafael Abdulmassih, e fizeram perguntas sobre o comportamento do turista árabe. “O árabe é hospitaleiro, atencioso, dá valor à família, à religião”, contou o diretor geral aos presentes.
Para início de conversa, Alaby deu uma explicação básica sobre quem são os árabes, um povo definido por sua língua, etnia e por integrar a Liga Árabe, e sobre quem são os muçulmanos, que são os seguidores da religião islâmica, independentemente de serem árabes ou não. O diretor geral citou países que não são árabes e que são islâmicos ou têm grande parte da população muçulmana, como é o caso da Indonésia, do Irã e Índia.
Os participantes receberam algumas dicas de Alaby sobre como receber bem os árabes e muçulmanos nos hotéis, entre elas separar o bacon e o presunto dos demais itens do café da manhã, já que os islâmicos não comem carne de porco e derivados, tirar as bebidas alcoólicas do frigobar do hóspede, já que eles também não consomem álcool, deixar sinalização no quarto, por meio da bússola, da localização de Meca, que é a direção onde nasce o sol, já que os islâmicos fazem orações cinco vezes ao dia voltados para ela.
Abdulmassih mostrou a localização geográfica do mundo árabe para os presentes e alertou sobre os melhores idiomas para se comunicar com cada um deles: com os do Maghreb como Mauritânia, Marrocos, Tunísia e Argélia em francês e com os demais em inglês. O gerente sugeriu temas que estão entre os prediletos para conversas dos árabes, como futebol, a influência árabe no mundo, a história do mundo árabe, os negócios. "Eles torcem para o Brasil no futebol", disse.
Ele também explicou sobre algumas regras nas relações comerciais no meio empresarial árabe, como a noção do tempo, que é mais leve e um pouco diferente da ocidental, com reuniões mais longas, algumas interrupções tidas como usuais, mais respeito à hierarquia e aos mais velhos, entre outras premissas. “Os árabes negociam com pessoas, não com empresas. Ao sair de uma empresa, apresente antes o seu sucessor ao árabe”, afirmou Abdulmassih.
Os participantes tiveram muito interesse em saber sobre a recepção que devem destinar aos visitantes árabes, desde o cumprimento até o tratamento cotidiano. Ainda foram abordados outros temas, como uma explicação sobre os motivos do consumo dos alimentos halal, a facilitação dos contatos em função das novas rotas aéreas abertas entre o Brasil e a região, os locais turísticos na capital paulista que fazem referência à cultura árabe e islâmica e onde eles podem ser levados.
O encontro foi conduzido pela gerente de relacionamento com o mercado do São Paulo Convention & Visitors Bureau, Sara Souza. O organismo é uma entidade sem fins lucrativos que busca ampliar o volume de negócios e o mercado de consumo na cidade, por meio da atividade turística, apoiando a melhoria dos serviços e atendimento aos visitantes.