São Paulo – As Ilhas Comores precisam reduzir seus gastos para evitar um forte desequilíbrio em seu orçamento. Gastos com salários e com a dívida externa devem ser reduzidos e o governo também precisa acelerar o crescimento inclusivo e gerar mais receitas domésticas. A avaliação é do Fundo Monetário Internacional (FMI), que realizou uma missão ao país árabe de 20 de outubro até esta terça-feira (04), quando divulgou comunicado com as conclusões da visita.
“Comores enfrenta vários desafios. No curto prazo, o governo precisa se esforçar para encontrar um equilíbrio melhor entre os recursos disponíveis e os gastos, de modo a evitar o acúmulo de dívidas, particularmente com salários e dívida externa, e alocar [recursos] para iniciativas importantes. É necessária uma ação urgente para aumentar a confiabilidade do fornecimento de energia, uma limitação chave ao crescimento”, afirmou Harry Trines, líder da missão do FMI às Ilhas Comores.
De acordo com o chefe da missão do FMI, o crescimento real do país africano em 2014 deve ficar em 3% e 3,5%, enquanto o déficit na conta corrente deve ser 10% maior este ano. Ele destaca que a principal dificuldade do país com suas contas, assim como para conseguir realizar mais projetos com investimentos públicos, é o baixo nível de geração de receitas domésticas.
“Assim, a tarefa mais urgente para as autoridades é fortalecer a geração de receita doméstica. Sobre este assunto, a missão alertou as autoridades a focarem seus esforços no fortalecimento da administração de receitas, incluindo um congelamento de novas isenções, melhor gerenciamento da longa lista de pagadores de impostos e a melhoria das regras gerais de taxação”, destacou Trines.
O executivo do FMI ressaltou o esforço do país em promover uma estratégia de desenvolvimento sustentável em substituição a uma estratégia de redução de pobreza. Trines apontou, no entanto, que o governo deve estar atento para que as iniciativas sejam realizadas de acordo com a disponibilidade de financiamento, sendo preciso melhorar a atratividade da economia local para investimentos e também como destino turístico.
Ao final do comunicado, Trines apontou ainda para a necessidade de melhorias no sistema de informações econômicas das Ilhas Comores. “A falta de uma alta qualidade e informações econômicas atualizadas torna a avaliação do desempenho da economia, assim como a formulação de projeções econômicas, difícil”, avaliou.
De acordo com a nota do FMI, o fundo está trabalhando junto ao governo das Ilhas Comores oferecendo assessoria política e técnica, além de treinamentos em áreas como o desenvolvimento de um sistema macroeconômico e orçamentário efetivo e gerenciamento de caixa. O fundo também planeja oferecer assistência técnica para política de impostos, balanço de pagamentos e estatísticas de contas nacionais, além de supervisão bancária.