São Paulo – As importações brasileiras de calçados tiveram um aumento de 54,7% de janeiro a setembro deste ano sobre o mesmo período de 2007. O mercado brasileiro comprou no exterior 30,8 milhões de pares, contra 19,9 milhões nos primeiros nove meses de 2007. Em valor, as compras de calçados de outros países somaram US$ 231,9 milhões, um crescimento de 52,6%.
De acordo com dados divulgados ontem (15) pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), até agora o volume importado já superou o total de 2007, quando o país importou 28,6 milhões de pares. Os principias fornecedores internacionais foram China, com vendas de 26,7 milhões de pares; Vietnã, com 2,3 milhões; e Indonésia, com 591,2 mil pares.
Entre os 15 maiores exportadores de calçados para o mercado brasileiro está o Marrocos, que vendeu 5 mil pares de janeiro a setembro, contra 2 mil no mesmo período do ano passado. O país árabe exportou para o Brasil o equivalente a US$ 283 mil, ante US$ 77 mil nos primeiros nove meses de 2007.
Segundo nota divulgada pela Abicalçados, o presidente da entidade, Milton Cardoso, disse que “o vigor do mercado interno, que registrou crescimento de 17% no consumo de calçados e têxteis, refletiu-se em benefício exclusivo para a indústria asiática, de onde vem a maior parte dos importados”.
Exportações
Apesar do forte crescimento das importações, a balança comercial do setor ainda é superavitária para o Brasil. As vendas externas do país renderam US$ 1,45 bilhão de janeiro a setembro, um aumento de apenas 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o volume embarcado teve uma queda de 3,7%, saindo de 132,6 milhões de pares para 127,6 milhões.
O principal comprador dos calçados brasileiros foram os Estados Unidos, que compraram 29,8 milhões de pares, gerando faturamento de US$ 380 milhões, o equivalente a 26,2% do total. Em segundo lugar está o Reino Unido, para onde o Brasil enviou oito milhões de pares no valor de US$ 197 milhões. Em seguida vem a Argentina, com 13,4 milhões de pares e receita de US$ 152 milhões.
Segundo o vice-presidente da Abicalçados, Ricardo Wirth, os números ainda não refletem a crise financeira mundial. Isso porque a indústria calçadista, que produz de acordo com as temporadas de moda, deverá sentir os efeitos em sua totalidade a partir de janeiro, quando vão ser realizados os embarques dos pedidos que estão sendo feitos agora.

