Geovana Pagel
São Paulo- De 26 a 28 de abril, 22 empresas brasileiras exibirão seus cosméticos na 9.ª edição da Beautyworld Middle East – Gulf Beauty 2004, a maior feira de cosméticos do Oriente Médio, no Dubai World Trade Center, nos Emirados Árabes Unidos.
O sucesso da participação de nove empresas brasileiras de cosméticos na Brazilian Week & Trade Exhibition, realizada em dezembro de 2003, em Dubai, estimulou a indústria brasileira do setor a apresentar, mais uma vez, seus produtos ao mercado do Oriente Médio.
Durante o evento, que ocorreu simultaneamente à visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a cinco países árabes, as empresas brasileiras estreitaram suas relações comerciais com empresários locais, criando novas oportunidades de negócios e de exportações.
A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), com apoio da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex-Brasil), aposta no potencial de geração de novos negócios a partir da participação das empresas brasileiras na feira em Dubai.
“A cada ano, o mercado árabe se mostra mais receptivo aos produtos brasileiros. A Arábia Saudita, por exemplo, já é o segundo maior destino de exportação das fragrâncias brasileiras. A estréia do Brasil da Beauty World Middle East será essencial para enriquecer a experiência das empresas nacionais em feiras no exterior”, afirma João Carlos Basilio da Silva, presidente da ABIHPEC.
Segundo ele, a associação já está estabelecendo parcerias com consultorias locais para garantir contatos entre compradores da região e expositores brasileiros.
O pavilhão brasileiro, com 108 m2, reunirá as seguintes empresas: Anantha, Aroma do Campo, Bhotanica, Bonyplus, Casa Granado, Chamma da Amazônia, Chlorophylla, Condor, Diadema, Foocanthy, Kanechomn, Kanitz, Mabesa, Mextra, Michel Merheje, Nazca, Niasi, Pierre Alexander, Racco, Shizen, Sther e Tricofort.
A indústria da beleza é um dos setores que mais empregam hoje no Brasil. “Só perde para a construção civil”, garante Silva. Atualmente, mais de 2 milhões e 400 mil pessoas trabalham no setor. “Se considerássemos a indústria das embalagens, que inclui gráfica, vidro e plástico, seriam mais 300 mil pessoas”, lembra Silva.
De janeiro a novembro de 2003, as empresas de cosméticos exportaram 18,2% a mais e tiveram um faturamento 17,2% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. Em todo o ano passado foram vendidas ao exterior 123 mil toneladas de produtos, correspondentes a US$ 204 milhões, contra 103 mil toneladas no valor de US$ 174 milhões em 2002.
A feira
A nona edição da Beautyworld Middle East receberá cerca de 400 expositores de mais de 30 países de todo o mundo, o que representa um crescimento de 30% em relação ao ano passado. Serão 13 pavilhões exclusivos de diferentes países, além de uma grande variedade de expositores individuais.
Além disso, neste ano, o pavilhão de exposições terá 8 mil m2 de área – no ano passado foram 5,6 mil m2 – e os organizadores do evento esperam receber cerca de 6,8 mil visitantes. O evento é restrito a empresários e especialistas do setor, não é aberto ao público.
Em 2003, a feira recebeu 6.494 visitantes dos países do Oriente Médio e Norte da África. No ano passado, 55% do público foi representado por proprietários e diretores executivos de grandes empresas, 22% por gerentes de lojas e salões e cerca de 13% por profissionais de beleza.
Potencial de consumo
Dubai é o maior centro internacional de negócios dos Emirados Árabes e um entreposto comercial de destaque por suas facilidades portuárias, que abastece 1,5 bilhão de consumidores.
A região possui um dos maiores índices de crescimento populacional do mundo (cerca de 5% ao ano), e mais de 60% da população tem idade inferior a 25 anos, o que significa um mercado com alto potencial de consumo para produtos de beleza.
Os países árabes possuem cerca de 45% das reservas mundiais de petróleo e a renda alta faz da região uma das campeãs em gastos per capita com produtos de beleza no mundo.
Dubai é um destino turístico em constante expansão e espera-se que o número de turistas na cidade ultrapasse a marca de 15 milhões até 2010. A cidade tem uma grande quantidade de hotéis de luxo, com spas e salões de beleza.
Os espaços destinados aos shopping centers vêm crescendo quase 50% anualmente e as vendas de produtos de beleza no varejo cresceram mais de 30% nos últimos três anos. O progressivo aumento da população, a considerável expansão do espaço de vendas no varejo e uma política de produtos livres de taxas e impostos fazem com que a aquisição de produtos de beleza nos países árabes cresça cerca de 12,5% ao ano.
Estima-se que o gasto com esses produtos na região deva passar de US$ 1,7 bilhão em 2004.

