Geovana Pagel
São Paulo – Ceras Vegetais do Piauí (CVP), uma das indústrias de beneficiamento de cera da carnaúba do Nordeste do Brasil, exporta 80% de sua produção para Europa, Estados Unidos, China, Índia e Síria. Em 2002, o faturamento da empresa foi de R$ 2 milhões. Até o final deste ano, a estimativa é faturar R$ 4 milhões.
A CVP, localizada em Piripiri, no Piauí, produz mensalmente, em média, 80 quilos de cera da carnaúba, e conta com representantes nacionais em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. No exterior, graças a divulgação na internet e algumas trocas de e-mails, a empresa conseguiu fechar parceria com um representante sírio.
O empresário Catarino Barbosa, proprietário da CVP, diz que a empresa costuma consultar as embaixadas e consulados para localizar os principais mercados em potencial. “É bem provável que no ano que vem a gente consiga novos compradores em diversos países”, comenta.
A Síria atualmente compra 10% da cera produzida na indústria de Piripiri. Em 2002 importou US$ 20 mil e neste ano aproximadamente US$ 25 mil. “Em 2004 esperamos desenvolver novos clientes e realizar uma cifra da ordem de US$ 100 a 150 mil em exportações para os países árabes”, diz Barbosa.
A cera de carnaúba tem múltiplas aplicações, como, por exemplo, na produção de ceras para polimento (pisos, sapatos, automóveis), na indústria de papel e embalagens, na produção de tintas, na indústria cosmética (batons, esmaltes), alimentícia (chicletes, chocolates, frutas) e também na indústria farmacêutica, como recipiente.
“A cera tipo 1, que é a cera mais nobre que nós produzimos, é utilizada pela Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos) para a fabricação de chips de computador”, conta Barbosa.
Desde o início de sua implantação, em fevereiro de 2000, a indústria conta máquinas, equipamentos e instalações modernos. Dentro de sua estrutura de compra e venda, a CVP gera cerca de 400 empregos diretos e mais de 3 mil indiretos.
Palmeira carnaúba
Cera de carnaúba é um produto natural extraído das folhas da palmeira carnaúba. O pó cerífero é submetido a diferentes etapas de purificação, tais como peneiramento, cozimento, lavagem, presturização a ar para clarificação, que também dependem da qualidade do pó e da cera que se irá produzir.
A cera de carnaúba é facilmente emulsificável e não exige qualquer equipamento especial para produzir a sua emulsão. As folhas das palmeiras são renováveis a cada ano, o que significa que a cera é recolhida das folhas cortadas que, de qualquer forma, iriam secar e cair.
Prêmio Cidadania Brasil de Exportação
A CVP é uma das empresas finalistas do Prêmio Cidadania Brasil de Exportação 2003, promovido pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Cidadania, com o apoio do Ministério das Relações Exteriores e da Agência de Promoção das Exportações do Brasil (Apex).
O prêmio é uma homenagem às empresas exportadoras que desenvolvem projetos de ações voltadas para a comunidade. A CVP está desenvolvendo o projeto “Doando Vida”, que presta auxílio à população de periferias, com carências materiais, espirituais e psicológicas.
Um dos grande objetivos é acabar com o “ciclo vicioso” de pessoas carentes que mendigam pelas ruas e comércio da cidade.
O empresário que adere ao projeto se compromete a verificar o montante em dinheiro ou alimentos, roupas e remédios, para a distribuição. As doações são feitas para uma entidade filantrópica de Piripiri, que trabalha exclusivamente com voluntários.
Contato CVP
Telefone: 55 86 276. 0152
www.cvpiaui.tripod.com.br

