Alexandre Rocha
São José dos Campos – O ministro da Defesa, José Viegas, disse há pouco, após o evento de lançamento do novo avião comercial da Embraer, o Embraer 190, na sede da empresa em São José dos Campos, interior de São Paulo, que seja quem for o vencedor da licitação para o fornecimento de 12 caças supersônicos para a Força Aérea Brasileira o governo tentará viabilizar a participação de empresas brasileiras na execução do contrato.
“Criaremos oportunidades de cooperação com a indústria brasileira”, disse o ministro, ressaltando que isso vai ocorrer após a apresentação do resultado da concorrência, durante a fase de definição das cláusulas do contrato. Tal resultado, segundo Viegas, deverá ser conhecido até o final do primeiro quadrimestre deste ano.
O ministro não disse, porém, qual o nível de participação a indústria nacional poderá ter no fornecimento dos caças. Isso, de acordo com ele, tembém será definido quando da assinatura do contrato.
O líder do governo no Senado, Aloísio Mercadante, defendeu que na licitação seja incluída a obrigação de transferência de tecnologia para a Embraer, independentemente de quem seja o ganhador. Viegas disse, no entanto, que tal transferência pode não ser total, isso vai depender da empresa vencedora.
Participam da licitação o consórcio formado pela Embraer e a francesa Dassault, que oferecem o Mirage 2000 BR, as empresas russas Rac-Mig e Rosoboronexport, respectivamente com o Mig 29 e Sukhoi 35. Esta última atua em consórcio com a brasileira Avibrás.
Participam também a Gripen International, associação entre a sueca SAAB e a inglesa BAE Systems, com o caça Gripen, e a norte-americana Lokheed Martin com o F–16. O valor estimado do contrato é de “um pouco menos” de US$ 1 bilhão, segundo o ministro.
Do lançamento, hoje, do Embraer 190, novo jato regional da companhia brasileira, com capacidade para carregar 100 pessoas, participaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, além dos ministros Viegas, Celso Amorim (Relações Exteriores), Antonio Palocci (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia) e Patrus Ananias (desenvolvimento Social e Combate à Fome).
A presença de Ananias se deve ao fato de a Embraer ter anunciado a sua adesão ao programa Fome Zero. A empresa vai doar este ano o equivalente em alimentos ao peso dos passageiros que serão transportados pelos aviões que exportará em 2004. “Só espero que os passageiros (dos aviões da Embraer) sejam bem gordos”, brincou Lula.
A entregas programadas somam 160 aeronaves. Já a doação para o programa do governo ficará em torno de R$ 1,5 milhão, equivalentes a 800 toneladas de alimentos, o suficiente para alimentar 1,5 mil pessoas durante um ano, segundo o presidente da Companhia Mauríco Botelho.