São Paulo – O intercâmbio científico e de conhecimento entre brasileiros e árabes pode ajudar ambos os lados a darem saltos em desenvolvimento em tecnologia e até no âmbito econômico, ajudando a eliminar etapas na aproximação às nações mais desenvolvidas. Os participantes do painel Inovação e Tecnologia do Fórum Econômico Brasil & Países Árabes exploraram o tema e concluíram que há um amplo leque de opções de colaboração mutua.
No evento organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira nesta segunda-feira (02), em São Paulo, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Marcos Cintra, afirmou que a empresa pública, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), não tem nenhum acordo de colaboração com países árabes. “Há um desejo intenso do governo brasileiro em formar laços com agências tecnológicas, científicas e de inovação dos países árabes”, disse.
Como atratividade aos pesquisadores e donos de startups árabes, os brasileiros oferecem um amplo mercado doméstico. Do lado contrário, os Emirados Árabes Unidos, especificamente, têm um ambiente favorável ao desenvolvimento de startups.
“Dubai é uma das capitais mundiais de startups”, comentou Sami El-Tamawy, executivo da área de tecnologia do emirado. “Oferece uma tributação baixa, qualidade de vida boa e acabou sendo um ‘hub’ natural para startups na região”, disse.
Essas facilidades acabam atraindo investidores em startups de outros países, inclusive do Brasil. Otávio Dutra, CEO da PartYou, uma empresa brasileira, ponderou que a disponibilidade de financiamentos para essas empresas iniciantes ainda é baixa no Brasil, mas que nos Emirados existe bastante incentivo.
O egípcio Michael Gamal Kaddes, diretor-geral de acordos bilaterais do Ministério de Indústria e Comércio do Egito, sugeriu que a tecnologia e a inovação podem incentivar também o comércio bilateral. “Os governos fizeram a sua parte e assinaram o acordo comercial entre Mercosul e Egito. Agora é a vez das empresas”, afirmou, ponderando que há falta de conhecimento entre ambos os lados, de disponibilidade de produtos para exportação e importação. Ele sugeriu, portanto, o desenvolvimento de um aplicativo para smartphone que faça essa ponte, indicando produtos, taxas, melhores épocas de compra. “Ajudaria muito”, disse.