Cairo – O presidente do Banco Central do Egito, Farouk El-Okda, disse que o fluxo de investimentos estrangeiros diretos no país caiu 53% entre julho e março do ano fiscal 2008/2009, de US$ 11,3 bilhões, no período anterior, para US$ 5,2 bilhões, como conseqüência da crise financeira mundial. A noticia foi manchete ontem (28) de vários jornais egípcios, entre eles o independente Al Masri Al Youm.
Okda afirmou que os investimentos para criação de empresas ou para o aumento do capital das que já existem foram reduzidos de US$ 5,7 bilhões para US$ 2 bilhões. Ele acrescentou que diminuíram também as vendas de companhias e bens produtivos para estrangeiros, de US$ 1,8 bilhão para US$ 300 milhões; e os investimentos no setor petrolífero, de US$ 3,7 bilhões para US$ 2.8 bilhões.
O presidente do Banco Central disse que o país perdeu US$ 8,9 bilhões em recursos aplicados em papéis locais, ante US$ 1,4 bilhão no ano fiscal de 2008/2009. Segundo ele, o total incluu US$ 7,1 bilhões em investimentos em títulos do Tesouro egípcio.
Okda declarou que o déficit na balança egípcia aumentou em 16,1% no período de nove meses, mas diminuiu no trimestre encerrado em março pela primeira vez em cinco anos, de US$ 5,5 bilhões para US$ 4,9 bilhões este ano.
Ele informou que as exportações não petrolíferas diminuíram em 2,3% no período de nove meses encerrado em março, fenômeno que se acentuou ainda mais no intervalo de janeiro a março, quando a redução foi de 20%. “Se elas caírem ainda mais acabaremos tendo problemas”, afirmou Okda.
As receitas do Canal de Suez foram de US$ 296 milhões em fevereiro, de US$ 348 milhões em março e de US$ 355 milhões em abril e em maio, mas ainda não se chegou à média mensal de 2008, que foi de US$ 400 milhões.
Segundo o jornal Al Masri El Youm, Okda enfatizou, no entanto, que apesar das circunstancias desfavoráveis, as receitas de 30 entre 39 bancos aumentaram 50% em 2008, e que 70 bancos no país conseguiram aumentar seus lucros no primeiro trimestre de 2009.
Okda informou também que o Banco Central do Egito colocará a maior parte do estatal United Bank à venda nos mercado de capitais, assim que a bolsa começar a melhorar.
Farouk Okda disse ainda que existem negociações em curso com o sócio kuwaitiano no Arab African International Bank para que 60% das ações deste banco sejam vendidas na bolsa de valores, sendo 30% do lado egípcio e 30% do lado do Kuwait.
Ele afirmou, por fim, que o Banco Central vai colocar à venda sua participação de 7% no Bristish Arab Bank.