São Paulo – Os investimentos dos Emirados Árabes Unidos no Egito alcançaram US$ 2,9 bilhões no final de 2008, segundo reportagem do jornal Emirates Business 24/7, de Dubai. Do total, 39,5% foi investido pela empresa de telecomunicações Etisalat, uma das três operadoras de telefonia móvel no Egito.
Segundo o ministro dos Investimentos do Egito, Mahmoud Mohieldin, os Emirados são a principal origem dos investimentos estrangeiros aplicado no país. Ao final de 2008, um total de 421 empresas dos Emirados operava no Egito, das quais 64 eram empreiteiras, 44 financeiras, 125 de serviços, 40 agrícolas, 38 de turismo, 87 do setor industrial e 23 empresas de comunicações.
Houve crescimento de 54% no número de empresas dos Emirados que operam no país africano entre 2003 e 2008 e um aumento de 81% nos investimentos realizados no mesmo período. O ministro egípcio deu estas informações ao final de uma visita de três dias aos Emirados.
"Notamos um elemento positivo nos investimentos dos Emirados no Egito: eles não estão mais concentrados no setor de imóveis e serviços financeiros, agora estão diversificados. Os investimentos dos Emirados estão seguindo para a indústria de alimentos e para o setor de infra-estrutura. Isso é muito importante, pois os investimentos estão caminhando para a economia real", declarou o ministro, segundo o Emirates Business 24/7.
Mohieldin disse que o Egito está planejando grandes projetos de habitação, entretenimento e educação na costa Nordeste do país. Segundo ele, novos detalhes devem ser anunciados no futuro próximo.
O Egito e a crise
De acordo com o ministro, nenhuma empresa ou investidor dos Emirados no Egito informou o governo sobre cancelamentos ou pausa em obras por causa da crise global. Mohieldin acrescentou que o governo do país do Golfo declarou seu comprometimento com o apoio aos investimentos no Egito e garantiu a segurança na liquidez.
Com relação aos efeitos da crise na economia egípcia, o ministro declarou que nenhum país pode escapar ileso e acrescentou que pode haver demissões. Entretanto, ele disse que a crise ainda não gerou perda de empregos e a taxa de desemprego está em menos de 9%. Mohieldin acrescentou que a cada ano o mercado ganha 650 mil novos trabalhadores e que o governo fará o possível para minimizar os efeitos da crise.
O ministro egípcio declarou também que foram aplicadas 30 bilhões de libras egípcias (US$ 5,5 bilhões) em projetos de contenção da crise no país e novas iniciativas econômicas estão sendo lançadas para manter o crescimento econômico egípcio, incluindo uma lei permitindo aos cidadãos adquirir participação em empresas públicas até 30% do capital da organização. Para Mohieldin, "a crise não vai afetar de forma muito forte o crescimento econômico egípcio, que deve permanecer em aproximadamente 5% ao ano, uma boa média na comparação com outros países".
*Tradução de Mark Ament

