São Paulo – O Iraque tem crescido a taxas elevadas nos últimos anos e em 2012 não foi diferente. O Produto Interno Bruto (PIB) do país se expandiu 8% em relação a 2011, impulsionado pelo aumento na produção petrolífera e crescimento dos negócios não relacionados ao petróleo, que ainda têm pequena participação na atividade econômica.
Mesmo com os bons resultados, uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) que se reuniu com autoridades iraquianas entre 2 e 12 de março em Amã, na Jordânia, alerta que o país tem grandes desafios no médio prazo. Entre eles, aperfeiçoar o sistema bancário e o ambiente de negócios.
O líder da delegação do FMI, Carlo Sdralevich, afirmou na tarde de quinta-feira (21), em comunicado do FMI, que o Iraque soube aproveitar o crescimento das receitas procedentes do petróleo para obter um superávit orçamentário de 4% do PIB em 2012. A produção de petróleo, que chegou a 3 milhões de barris por dia deverá crescer 9% neste ano e atingir 3,3 milhões de barris diários.
A inflação, que foi de 6% em 2012, deverá cair em 2013. Devido ao crescimento das receitas obtidas com a exploração petrolífera, as reservas internacionais chegaram a US$ 70 bilhões e o Fundo para o Desenvolvimento do Iraque (DFI, na sigla em inglês) soma US$ 18 bilhões. Embora reconheça que o país manteve a estabilidade fiscal nos últimos dois anos, o FMI afirma que há muitos desafios, como tornar o ambiente político menos instável, promover a melhoria na qualidade de vida das pessoas e mais segurança. Na economia, não será diferente.
"As políticas no setor financeiro estão se aperfeiçoando, porém precisa ser feito mais. Aperfeiçoar os instrumentos de política monetária do Banco Central, fortalecer a supervisão bancária e acelerar a reestruturação do sistema bancário é fundamental", afirma Sdralevich no comunicado. O Fundo considera que os bancos estatais iraquianos são "fracos" e sugere que além de fortalecê-los, o governo deve criar condições para aumentar a presença de instituições particulares. Para isso, será preciso fazer uma reestruturação financeira "total".
"O Iraque precisará enfrentar grandes desafios no médio prazo para ser capaz de criar condições para um crescimento grande e sustentado, que é necessário para melhorar os padrões de vida do seu povo. A economia continua a sofrer de muitas fraquezas estruturais, como um setor não-petrolífero pequeno, alto índice de desemprego, domínio do setor público e um frágil ambiente de negócios", afirma o Fundo.

