São Paulo – Os produtos brasileiros no Iraque são pouco conhecidos, por isso, para a organização da Feira Internacional de Erbil, a presença do Brasil no evento, que será realizado de 18 a 21, no Curdistão Iraquiano, é indispensável. “O público em geral associa o Brasil apenas a alimentos e bens de consumo imediato, mas o país tem muitos outros serviços e produtos a oferecer”, afirmou à ANBA por e-mail o gerente-geral da empresa organizadora International Fairs & Promotions (IFP), Hamad Khalil.
Além do setor de alimentos, Khalil citou outros setores e produtos brasileiros importantes, como energia, aeronáutica, pneus, asfalto, entre outros. Segundo o gerente-geral, o governo iraquiano está implementando um projeto de US$ 70 bilhões para investir em setores estratégicos para a reconstrução do país. “O governo quer reconstruir a infraestrutura básica do país e isso gera uma enorme demanda por know-how e capital. Além disso, o governo anunciou que precisa da participação de investidores estrangeiros”, acrescentou Khalil.
Para promover o Brasil na feira, a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a embaixada do Brasil no Iraque terão estandes no evento. O secretário-geral da Câmara Árabe também vai estar na feira para esclarecer dúvidas de empresários iraquianos interessados em negociar com o Brasil.
As companhias brasileiras vão levar móveis, equipamentos médicos e ferramentas automotivas e de construção. A fabricante de armários para dormitórios, camas, roupeiros, estantes e racks, a Vila Rica, com sede em Arapongas, no Paraná, vai expor na feira de Erbil pela primeira vez. De acordo com a gerente de exportação da empresa, Camila Rodrigues, a Vila Rica já exporta, no mercado árabe, para Argélia e Líbia.
Segundo ela, a empresa começou a prospectar os países árabes há três anos. Camila já esteve no Egito, Líbano, Argélia, Líbia, Emirados Árabes e Marrocos em busca de distribuidores e lojistas. "O setor de construção no Iraque está muito forte e vamos aproveitar esse gancho para promover os nossos móveis", disse a gerente.
A Vila Rica, que está há 22 anos no mercado brasileiro, é uma empresa familiar e emprega 250 funcionários. Segundo Camila, até 2015 a empresa tem como plano aumentar em 25% sua produção, que atualmente é de 18 mil peças por mês.
Outra empresa no estande brasileiro é a Fanem, que fabrica desde incubadoras neonatais até aspiradores cirúrgicos. O mercado árabe é a segunda região do mundo para a qual a empresa mais exporta, atrás apenas da América Latina. No estande, um representante local da companhia vai estar presente para promover os produtos da Fanem. A terceira empresa é a Tramontina, que também terá um representante na feira para mostrar a linha de ferramentas automotivas e de construção.
A feira, por ser multissetorial, apresenta oportunidades em diversos setores, como eletroeletrônicos, moveleiro, têxtil, moda, agrícola, alimentos, material de construção, decoração, informática, telecomunicação, segurança, automotivo e serviços.
De acordo com Khalil, o Curdistão é a porta de entrada mais segura para o Iraque e é uma região conhecida por sua estabilidade política e econômica. "O Iraque é um mercado promissor e sedento, que ainda guarda um enorme potencial econômico inexplorado e oferece grandes recompensas aos investidores", disse.
O governo local adotou um plano estratégico de longo prazo para transformar a região em um centro de preferência para investimento. O resultado foram políticas de livre mercado e novas leis de investimento. Segundo Khalil, a região se tornou um ímã para companhias estrangeiras. Prova disso é o fato de que empresas como Zain Telecom, do Bahrein, LG e muitas outras marcas internacionais irão participar da feira de Erbil este ano.