Cairo – O governador da província egípcia de Ismailia, o major-general Sherif Fahmy Bishara, convidou os brasileiros a investirem na agroindústria do Egito, especialmente em face dos incentivos e apoio oferecidos pelo governo egípcio a investidores locais e estrangeiros. Ismailia é uma das mais importantes províncias agrícolas no país árabe da África e margeia parte do Canal de Suez.
O governador recebeu nesta semana um delegação do escritório regional da Câmara de Comércio Árabe Brasileira no Cairo, chefiada pelo diretor Michael Gamal e com a presença da diretora de Relações Internacionais e Governamentais, Rania Hagrass. Um grande número de executivos, empresários e membros do Conselho de Administração da Câmara de Comércio de Ismailia participaram da reunião.
Bishara ressaltou a importância da cooperação entre empresários egípcios e a Câmara Árabe Brasileira para promover o aumento do intercâmbio comercial do Egito com o maior mercado latino-americano, que é o brasileiro.
Ele disse que o Egito tem fortes relações econômicas e acordos comerciais com o Brasil, sendo o principal deles o acordo de livre comércio (Egito-Mercosul), bem como houve recente adesão do Egito ao Brics, aliança da qual o Brasil faz parte. Segundo ele, existem, portanto, oportunidades promissoras para atrair investidores brasileiros para o mercado egípcio, além das possibilidades para desenvolvimento das relações comerciais em geral.
O governador ressaltou que o encontro trouxe consigo um vislumbre de esperança de abrir novos horizontes, aumentar o volume do intercâmbio comercial com um país grande do porte do Brasil, além de apresentar aos investidores o mercado brasileiro e suas necessidades. O encontro teve também o objetivo de promover os produtos do Egito, em geral, e os produtos de Ismailia, em particular.
Bishara afirmou que a província de Ismailia desfruta de muitas vantagens e incentivos em agroindústria, sendo que o Brasil é um país avançado no campo agrícola. Segundo ele, há, portanto, grandes oportunidades de cooperação nesse campo entre empresários dos dois países. O governador disse que a província fornecerá as ferramentas e incentivos necessários para o sucesso dessas parcerias, além de fornecer terras necessárias para a concretização de projetos.
Gamal disse que o papel da Câmara vai além de fomentar o aumento das exportações e importações, e inclui fornecer aos seus membros informações sobre oportunidades de investimento, seja nos países árabes ou no Brasil. Ele também contou que a Câmara recebeu uma delegação de empresários brasileiros especializados no setor de suprimentos médicos recentemente e que foram realizadas reuniões a Autoridade Econômica do Canal de Suez, após o que estão sendo estudadas oportunidades.
Gamal destacou que a Câmara Árabe está trabalhando para aumentar a cooperação e ajudar exportadores e importadores de ambas as partes e que facilita a aproximação entre eles por diversos meios, reuniões B2B e participação em feiras e missões comerciais. A Câmara Árabe foi criada há mais de 70 anos no Brasil e trabalha para promover o intercâmbio econômico, cultural e turístico entre árabes e brasileiros. Gamal disse que ela teve um papel de liderança no desenvolvimento das relações entre os povos árabes e o Brasil.
Akram El Shafei, presidente da Câmara de Comércio de Ismailia, disse que a província tem várias zonas industriais e de investimento e que, por intermédio da cooperação com a Câmara Árabe, essas zonas podem receber maior destaque e ser promovidas para investidores e para a comunidade empresarial brasileira. Sugeriu que haja maior coordenação e cooperação na área de investimentos entre a Câmara de Ismailia e o Escritório da Câmara Árabe no Egito.
Ali Ekrema, membro do Conselho da Câmara de Comércio de Ismailia e presidente da Associação Egípcia de Exportadores de Manga, perguntou a respeito das oportunidades disponíveis para produtos agrícolas no mercado brasileiro.
O diretor regional da Câmara Árabe informou que o Egito já exporta algumas culturas agrícolas para o mercado brasileiro, principalmente frutas cítricas, alho, cebola, azeitonas de mesa e azeite de oliva, havendo oportunidades promissoras para muitos outros produtos, incluindo romãs. Lembrou, no entanto, que a exportação de produtos agrícolas requer registro no Ministério da Agricultura do Brasil, a fim de permitir a entrada no mercado brasileiro.