Geovana Pagel
São Paulo – Desde o segundo semestre de 2003 alguns produtos da empresa mineira Itambé passaram a ter um novo destino: seis países árabes localizados no Oriente Médio e no Norte da África. O leite condensado é exportado para o Marrocos, a Tunísia e o Líbano; o leite vaporizado(leite condensado sem adição de açúcar) é enviado para a Líbia e o leite em pó é embarcado para o Iraque e a Argélia.
“O Oriente Médio, o Norte da África, a América Central e parte da América do Sul são hoje os principais mercados mundiais para exportação de produtos lácteos”, afirma André Mesquita, diretor de exportação da Serlac, trading fundada pela Itambé e outras quatro empresas do setor.
De acordo com Mesquita, a empresa trabalha com clientes e distribuidores locais, em cada um dos seis atuais importadores. “Só de leite condensado enviamos mensalmente cerca de 200 toneladas”, conta. “Os árabes são um mercado recente, porém bastante promissor”, afirma.
Iraque via licitação
Em setembro do ano passado a Itambé venceu uma licitação do programa de combate à fome da Organização das Nações Unidas (World Food Programme) para vender 2,3 mil toneladas de leite em pó para o Iraque, um negócio de quase US$ 5 milhões.
A empresa já havia participado de duas outras licitações semelhantes, sem sucesso. Uma alta no mercado internacional do leite fez com que os preços ficassem competitivos. Tradicionalmente é a União Européia quem fornece o produto que é doado à população local. A mudança ocorreu devido a uma queda nos subsídios concedidos pelos governos europeus aos seus produtores.
Foi a primeira vez que a empresa vendeu produtos para o Iraque, mas não para os países árabes. Até o final do ano passado a cooperativa exportava leite condensado a granel para o Kuwait, que era comercializado por uma rede de supermercados local, a Ali Rachid e Sons.
Central de cooperativas
A Itambé S/A é formada por uma central de cooperativas, atuando na compra, processamento e comercialização de leite e laticínios. Sediada em Belo Horizonte, a empresa atualmente é formada por 29 cooperativas filiadas, possui cerca de 2,7 mil funcionários e mais de 7 mil fornecedores de leite cooperados, sendo a maior indústria de laticínios de capital nacional do país e a segunda no ranking geral.
A Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais Ltda., detentora da marca Itambé, atua também em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Pará.
O volume de exportações da empresa corresponde de 2% a 3% do faturamento, que este ano deve chegar a R$ 1 bilhão.
BNDES apóia modernização da Itambé
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou na semana passada financiamento no valor de R$ 15,2 milhões para a Itambé ampliar e modernizar as linhas de industrialização e a estrutura de transporte. Do total, R$ 2,5 milhões foram concedidos no âmbito do programa Finame para aquisição de máquinas e equipamentos.
O investimento total da Itambé será de R$ 42,6 milhões nas unidades de Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG), Pará de Minas (MG) e Sete Lagoas (MG), criando cerca de 120 empregos diretos e transferindo 26 postos de trabalho da capital para o interior.
Na unidade de Pará de Minas, em Minas Gerais, a Itambé investe na ampliação das linhas de produção de queijos e iogurtes, bem como de leite pasteurizado. Também estão no projeto a transferência da linha de produção de iogurte, em garrafas de 200 mililitros, da unidade de Belo Horizonte para Pará de Minas, e a produção de leite tipo C em garrafas plásticas de 1 litro.
Em Sete Lagoas e Goiânia estão previstas a ampliação da linha de produção de leite condensado; a padronização, melhoria e ampliação da linha de produção de latas; e a produção de leite evaporado.
O projeto inclui ainda investimentos para instituir em Goiânia a produção de leite tipo UAT em embalagens de 1 litro e leite achocolatado em embalagens de 200 mililitros. Serão instaladas carrocerias frigoríficas isotérmicas em veículos de distribuição de leite.
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