São Paulo – O governo da Jordânia vai abrir o setor de derivados do petróleo ao capital internacional, segundo informou o ministro do Petróleo e Recursos Minerais do país, Khalid Irani, ao jornal The Jordan Times. O país vai acabar com um monopólio de 50 anos da Empresa de Refino Petrolífero da Jordânia (JPRC), garantido por lei, de acordo com Irani.
No prazo de três a cinco anos, a JPRC vai permitir que quatro empresas internacionais produzam, comercializem ou importem até 25% dos derivados de petróleo consumidos no país. Depois, o governo passará a discutir a liberalização total. "Assim haverá uma mudança na qualidade, volume de produção e preço dos derivados", disse o ministro ao jornal.
Para ele, a estratégia vai garantir competição no setor, ajudando a JPRC a operar segundo as regras comerciais. Irani acrescentou que o livre mercado é parte essencial da estratégia energética do país.
O ministro jordaniano não deu detalhes sobre como será desenvolvida a liberação do setor após a fase inicial, mas disse que novas informações serão disponibilizadas no futuro próximo.
A JPRC tem atualmente capacidade de refino de 14 mil toneladas ao dia, e há planos para ampliação da capacidade da empresa para 17,5 mil toneladas diárias. No entanto, o projeto requer investimento de US$ 2 bilhões e a iniciativa privada não se interessa em fazer aportes devido à baixa lucratividade da empresa.
Para Yasser Manaseer, diretor geral da Jordan Modern Oil and Fuel Services Company, empresa especializada em transporte de petróleo e derivados, a liberalização do setor deve ajudar a baixar o preço dos combustíveis no país. “Empresas privadas poderão trazer à Jordânia uma grande variedade de derivados do petróleo de elevada qualidade e a preços menores do que aqueles cobrados aqui", declarou o executivo.
Segundo Manaseer, a JPRC importa petróleo através do Porto de Ácaba, no sul do país, o que gera altos custos de transporte até a refinaria, mais ao norte. "A importação de derivados prontos ficaria mais barata do que refinar o petróleo aqui", afirmou. Para ele, como a Jordânia não tem reservas petrolíferas, o país nem deveria ter uma refinaria.
*Tradução de Mark Ament

