São Paulo – O designer egípcio Karim Rashid visita São Paulo para negociar projetos com empresas brasileiras. Após apresentar uma palestra nesta terça-feira (30) na 41ª edição da feira House & Gift Fair, no Expo Center Norte, o designer egípcio afirmou que está no Brasil para negociar parcerias com empresas do País, mas não revelou quais são.
“Já trabalhei com algumas marcas brasileiras, como a Melissa [de calçados femininos], e quero negociar projetos com outras empresas”, afirmou o designer, que hoje vive em Nova York. Há, entre as candidatas a trabalhar em parceria com Rashid, marcas para as quais ele já desenvolveu produtos.
Enquanto os negócios não são concretizados, o designer aproveitou sua visita ao País para falar um pouco sobre a importância do design nos produtos atuais para a conquista de novos mercados. Esse conceito foi o tema da palestra dele na House & Gift Fair.
Durante a palestra, Rashid afirmou que o uso de design nos produtos é recente e passou a ter importância para as empresas depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). “Algumas poucas empresas tinham equipes de design para o desenvolvimento de seus produtos”, disse.
Ele acredita que a influência do desenho na concepção de novos produtos aumenta à medida que a concorrência entre as companhias também cresce. “[Eu] me lembro que em 1982 as empresas produziam um produto que era ruim e as pessoas compravam, pois só existia aquela opção. Hoje o poder está nas mãos dos consumidores.”
Rashid é filho de pai egípcio e mãe inglesa. Nasceu no Cairo, mas estudou no Canadá e na Itália. Entre seus clientes, há desde grifes de roupa, como a Ralph Lauren, até fabricantes de automóveis, como a Hyundai, e de eletroeletrônicos, como a Sony. Suas criações podem ser vistas também em projetos de hotéis, cadeiras, cestos de lixo, óculos, luminárias e até em produtos de outra grife badalada: a italiana Prada.
Ele afirma que os projetos com design assinado por criadores conceituados não precisam, necessariamente, ser caros. “As empresas muitas vezes imaginam que quando contratam um designer para criar um produto ele fará algo caro e que não funciona. Às vezes o produto pode ser barato. Alguns empresários começaram a compreender isso”, disse.
Para Rashid, os produtos precisam atender à demanda das pessoas, ser originais e ter identificação com a marca. "Nos anos 1940, quando viajávamos, nos hospedávamos em um hotel porque um hotel era o mais próximo de nossa casa que poderíamos encontrar longe dela. Hoje, quando vamos a um hotel, não queremos coisas similares à nossa casa. Queremos que ele nos proporcione sensações que não encontramos em casa”, declarou.
Outro exemplo do designer trata de uma linha de produtos que ele desenvolveu para a Prada em 1999. “As pessoas viajam muito hoje. Quando desenvolvi a linha [de embalagens] de cosméticos para a Prada notei que as pessoas preferiam transportar pequenas amostras dos produtos do que os frascos completos. Então nós oferecemos pequenas doses. As empresas precisam estar abertas às necessidades e aos desejos do consumidor”, afirmou.