São Paulo – A Kepler Weber, indústria brasileira de equipamentos para armazenagem de grãos, quer expandir seus negócios no mercado árabe. “Os países árabes são um mercado-alvo para nós. É um mercado a ser desenvolvido”, afirma João Tadeu Franco Vino, superintendente comercial da companhia. “Para isso, contratamos até um sírio para cuidar dos negócios na região, porque tínhamos dificuldades com a língua”, conta o executivo.
A empresa já realizou obras nos Emirados Árabes Unidos, Síria e Egito. Com a crise política e social que afetou os dois últimos, considerados clientes importantes, outros países entraram no radar. “Estamos com foco no Sudão e também estamos prospectando negócios na Arábia Saudita e Jordânia”, afirma Vino. “O Sudão está desenvolvendo sua área agrícola, e inclusive há brasileiros que estão indo plantar lá”, explica.
A obra mais recente feita pela Kepler Weber em um país árabe foi entregue no final de maio para a companhia El Mona, um dos maiores moinhos de farinha do Egito. A unidade de armazenamento de grãos foi instalada na cidade de Al Sharquia, a 110 quilômetros do Cairo. Com um total de 48 mil toneladas, a unidade é composta por um conjunto de oito silos, duas máquinas de limpeza, três elevadores, transportadores de grãos horizontais e dois silos de expedição.
A obra foi a terceira entregue no Egito e a primeira feita para a El Mona. O complexo demorou dez meses para ser concluído e teve um custo total de US$ 5 milhões, incluindo obras de infraestrutura. A parte dos equipamentos da Kepler somaram US$ 2 milhões. “Estamos em um processo de vendas de novas obras”, diz Vino sobre os negócios nos países árabes.
Somente no primeiro trimestre de 2012, o faturamento da Kepler Weber com o mercado externo ficou em R$ 23,2 milhões. De acordo com Vino, do total do faturamento da empresa, as exportações representam 20%. Ele afirma que a empresa tem um plano para aumentar essa fatia até 2018, mas não revela quanto.
O Uruguai é hoje o principal mercado externo da Kepler Weber. Além dos países do Oriente Médio e África, a empresa pretende promover sua expansão internacional nos países da América do Sul e Central.
A participação em feiras e a busca por representantes são os caminhos usados pela companhia para aumentar sua atuação internacional. “As feiras são bastante interessantes. Nos países nos quais não temos representantes, sempre aparecem pessoas que querem nos representar. Quando já temos, surgem novos negócios. As feiras têm trazido um bom retorno para a empresa”, revela Vino sobre eventos nos país árabes.
Entre as feiras que a empresa já participou na região estão a Saudi Agrofood, na Arábia Saudita, a Feira Internacional de Cartum, no Sudão, e a Djazagro, na Argélia. De acordo com Vino, as vendas nos países árabes representam, em média, 10% das exportações.
Para o executivo, o modelo de negócios adotado pela empresa a faz se destacar no mercado interno e no exterior. “Atuamos dando consultoria para o cliente. Não vendemos só os equipamentos, buscamos vender a solução. Esse é o grande diferencial da Kepler no mercado”, conclui.

