Geovana Pagel
São Paulo – Os tamancos e as bolsas artesanais produzidos pela Margarida Acessórios em Mococa, no interior de São Paulo, já podem ser encontrados em países como Kuwait, Porto Rico, Venezuela, Panamá, República Dominicana e Grécia. Um dos importadores do país árabe deve receber o primeiro pedido de 500 pares até o começo de outubro, mas já garantiu que irá comprar três mil pares/mês.
A empresa surgiu a partir do programa de incubadoras promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em 2001. A gerente administrativa da Margaridas, Selma dos Santos, contou que a participação em feiras tem possibilitado sucesso à empresa, inclusive no exterior. “A Margaridas se tornou conhecida a partir da Couromoda (Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro) do ano passado, quando participou do estande de incubadoras do Sebrae”, disse.
Na Couromoda 2003 ela vendeu para Porto Rico, Venezuela e Grécia. Porto Rico e Venezuela importam cerca de mil pares por mês. Já na Couromoda 2004, a Margaridas fechou os primeiros pedidos para Panamá, República Dominicana, Kuwait e Grécia.
“Os estrangeiros ficaram encantados com os nossos produtos. Os venezuelanos encomendaram mil tamancos e 400 bolsas. Do Kuwait, um importador comprou 360 bolsas e 200 pares de tamancos. O outro pediu 500 pares de tamancos e se comprometeu a realizar pedidos mensais de 3 mil pares”, comemorou a gerente.
Como a produção mensal da Margaridas é de 5 mil pares, a empresa terá que aumentar muito a produção para atender no prazo tantos pedidos. “Nossa meta é aumentar de 400 pares por dia para mil pares por dia”, garante.
De acordo com Selma, até a semana passada as exportações eram feitas por meio de uma trading. Agora serão feitas diretamente por meio de courier. “Recebemos o comunicado (da autorização) da Receita Federal esta semana”, contou.
Responsabilidade social
Além dos 31 funcionários da empresa, 100 artesãs locais e 40 presidiários trabalham para a Margaridas Acessórios. "Foi a forma encontrada pela empresa para cumprir sua função social", explicou Selma.
O trabalho com os presos é supervisionado pela Associação de Proteção e Assistência aos Carcerários (Apac). Eles recebem por produção e a cada três dias trabalhados têm redução de um dia na pena.
Cerca de 25% do dinheiro recebido pelos presos é destinado ao pagamento de outros presidiários que trabalham em serviços de limpeza e cozinha. O restante vai para a família do detento.
Os presos recebem treinamento de um funcionário da empresa, que passa informações sobre os modelos a serem produzidos e leva o material para a confecção da bolsa ou tamanco. A empresa utiliza tecido, couro, material plástico, bordados e miçangas em sua produção.
Contato
Margaridas Acessórios
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